Horta em formato de mandala, no Museu do Pontal que tem uma área total de 10 mil metros quadrados onde estão plantadas dezenas de milhares de mudas de 73 espécies nativas brasileiras | Foto: divulgação/Museu do Pontal Créditoe Museu do Pontal / Divulgação
Museu é lugar de horta? É sim, ainda mais se o espaço cultural tem uma ampla área aberta com 10 mil metros quadrados de área verde, onde estão plantadas dezenas de milhares de mudas de 73 espécies nativas brasileiras. O Museu do Pontal, na Barra da Tijuca, vai ganhar, neste domingo (24/10) uma horta/jardim sensorial. Inaugurado no dia 9 deste mês, o espaço servirá para o cultivo de vários tipos de ervas e para a realização de experiências e atividades educativas, como a oficina de arte e ecologia para crianças.
Segundo a curadora e diretora do Museu do Pontal, Angela Mascelani, a horta do Museu do Pontal faz parte de um sonho que reúne arte e natureza. “Sonho que nos leva a entender a arte e a natureza como dimensões que favorecem o afeto e a consciência. E que nos fez plantar mais de 70 espécies nativas e muitas frutíferas em nossos jardins. Além disso, cultivar e plantar está na origem do trabalho de muitos artistas com obras no acervo, que vivem em áreas rurais e se desdobram na escultura e na agricultura”, disse a antropóloga.
Na horta, localizada na parte leste do jardim do museu, ervas curativas, aromáticas e temperos, como alecrim, manjericão, hortelã, boldo, carqueja, erva cidreira, funcho, orégano e tomilho, serão cultivados em canteiros no formato de mandala. O objetivo do museu é sensibilizar o público para a importância do cultivar e do plantar para a riqueza da natureza e da diversidade em todos os seus aspectos. Outra meta é valorizar o uso de tais produtos na culinária tradicional brasileira, ajudando as crianças a entender de onde vem aquele chazinho que podem tomar em casa.
O diretor executivo do museu, Lucas Van de Beuque, explicou que, ao instalar a horta em um museu de arte, a intenção foi unir várias camadas de experiências. “A ideia é valorizar o aprendizado pela poética. E conectar o espaço que habitamos com a arte e a terra, oferecendo às crianças e aos adolescentes de áreas urbanas uma experiência direta com a produção de alimentos e seu processo: preparar a terra, selecionar sementes, plantar, regar, cuidar e colher.”
Junto com a inauguração da horta, o Museu do Pontal preparou uma programação infantil. A Oficina de Arte e Ecologia-Experiência Sensorial Agente Húmus tem faixa etária livre e inscrições gratuitas, que podem ser feitas na bilheteria do museu. Na oficina, as crianças terão oportunidade de botar a mão na terra, viver a natureza fértil e de imaginar uma compostagem de seu modo de estar no mundo.
As crianças vão se divertir também com integrantes do grupo de pesquisa GAE Arte: Ecologias e a palhaça Melocoton, a Joana Amora, que vão propor brincadeiras com todos os sentidos do corpo e os materiais naturais.
Neste sábado (23), a programação vai até as 16h30, com a visita musicada pela arte e cultura popular brasileira, com os arte-educadores Beatriz Bessa e Pedro Cavalcante. A faixa etária também é livre. A atividade tem, além da música, teatro de bonecos, cordel, e contação de histórias.
Durante a visita, os participantes serão estimulados a refletir sobre a diversidade cultural brasileira, as relações entre o mundo do campo e o das grandes cidades, os processos migratórios, as diferentes profissões, as práticas sociais, as relações familiares, as festividades, a espiritualidade e, ainda, sobre questões próprias ao universo das artes plásticas, os processos criativos dos artistas e os materiais que utilizam para fazer suas esculturas, informaram os organizadores.
Arte-educadora Beatriz Bessa | Foto: divulgação/Museu do Pontal
Às 14h, na Oficina Fazer Brinquedos com o artista Getúlio Damado, crianças a partir de 8 anos poderão aprender a fazer esculturas populares de bonecos e pássaros, entre outros, usando diversos tipos de sucata como plástico, papel, madeira, eletrônicos e metal.
Às 15h, haverá ter o Baú de Brinquedos Populares, para todas as idades. O público infantil brincará com ioiôs, bilboquês, petecas, piões, fantoches, elásticos e cordas para pular, giz para riscar amarelinha e bambolês.
Às 15h30, começa o Espetáculo Solo Protocolo, com Ricardo Gadelha, o palhaço Gadelha, também para todas as idades. O espetáculo, que junta teatro, palhaçaria, malabares, perna-de-pau e comédia visual, foi criado a partir de improvisações realizadas no espaço público, em contato direto com a plateia.
Por Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro