Falsificação de assinatura motivou afastamento | Foto: reprodução
15 de maio de 2025 – O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) determinou, nesta quinta-feira (15 de maio de 2025), o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A decisão é do desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, que também nomeou Fernando Sarney, um dos vice-presidentes da entidade, como interventor responsável por convocar novas eleições “o quanto antes”.
A medida ocorre poucos dias após o anúncio da contratação do técnico italiano Carlo Ancelotti para a Seleção Brasileira. Ao comentar sobre a decisão, Fernando Sarney afirmou que manterá a escolha: “Sou apenas transitório”, declarou.
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O motivo do afastamento é a suspeita de falsificação da assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, em um acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no início do ano, que havia mantido Ednaldo Rodrigues no cargo. Uma perícia apontou indícios de fraude na assinatura.
“Declaro nulo o acordo firmado entre as partes, homologado outrora pela corte superior, em razão da incapacidade mental e de possível falsificação da assinatura de um dos signatários”, escreveu o desembargador em sua decisão.
Antes de ser afastado, Ednaldo afirmou estar tranquilo: “Quem faz as coisas corretas não tem o que temer. É acreditar nos posicionamentos e acreditar na Justiça”.
A deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e o próprio Fernando Sarney protocolaram no STF pedidos para afastar Ednaldo, alegando irregularidades na eleição e falsificação de documentos. O ministro Gilmar Mendes, embora tenha negado o afastamento, determinou a apuração imediata dos fatos.
A assinatura em questão fazia parte de um acordo firmado por cinco dirigentes no começo do ano que encerrou uma ação contestando a eleição de 2022, vencida por Ednaldo. Na decisão, o desembargador do TJ-RJ destaca que a saúde mental do Coronel Nunes está comprometida desde 2018, quando ele foi diagnosticado com câncer cerebral.
Essa é a segunda vez que Ednaldo Rodrigues é afastado do comando da CBF. Em dezembro de 2023, ele já havia sido destituído por decisão do TJ-RJ, mas retornou ao cargo um mês depois por decisão do STF.
Ednaldo chegou à presidência da CBF em 2021, inicialmente como interino, após o afastamento de Rogério Caboclo por denúncias de assédio sexual. Em 2022, foi eleito presidente em votação com candidatura única e, neste ano, havia sido reeleito com apoio unânime das federações estaduais e clubes das séries A e B, com mandato previsto até 2030.
A decisão judicial ocorre logo após o anúncio da contratação de Carlo Ancelotti como novo técnico da Seleção Brasileira. A CBF se antecipou ao Real Madrid, que ainda não oficializou a saída do treinador.
Na tentativa de se manter no cargo, Ednaldo se reuniu com presidentes de federações estaduais na sede da CBF, no Rio de Janeiro, no início da semana. O departamento jurídico da entidade havia garantido segurança jurídica, mas previa uma eventual reversão da decisão no STF em caso de derrota no TJ-RJ.
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