Micro e pequenas empresas concentram 94% das dívidas | Foto: reprodução
22 de maio de 2025 – O Brasil registrou em março de 2025 os maiores índices de inadimplência da história, tanto no setor empresarial quanto entre pessoas físicas. De acordo com levantamento do Serasa, mais de 7 milhões de empresas estão inadimplentes, somando uma dívida que ultrapassa R$ 170 bilhões. O número é o maior desde o início da série histórica, em 2016.
O relatório aponta que 94% das empresas negativadas são micro e pequenas, com destaque para o setor de serviços, seguido pelo comércio e pela indústria. Em média, cada empresa em situação de inadimplência possui sete contas em atraso, sendo os principais débitos relacionados a serviços essenciais, como água, luz, telefonia e fornecedores.
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No cenário das finanças pessoais, os números também são alarmantes. Pela primeira vez, o número de inadimplentes ultrapassou os 70 milhões de pessoas, o que representa 42% da população adulta do país, segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
O advogado Abimael Carvalho, vice-presidente da Comissão Especial de Recuperação Judicial e Falências da OAB/CE, explica que a alta taxa de juros, atualmente em 14,75% ao ano, é um dos principais fatores que pressionam as finanças de empresas e famílias.
“O custo elevado do crédito afeta diretamente o fluxo de caixa, especialmente das pequenas empresas, que têm mais dificuldade para acessar linhas de crédito alternativas”, afirma.
Entre os consumidores, a principal motivação para novos empréstimos tem sido a quitação de dívidas anteriores, gerando um efeito bola de neve que compromete ainda mais o orçamento familiar.
O cenário evidencia a urgência de políticas públicas voltadas para renegociação de dívidas, acesso facilitado ao crédito e educação financeira, tanto para empresas quanto para a população em geral.
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