A última vez que o açude Orós havia sangrado foi no ano de 2007 | Foto: reprodução/Lindomar Rodrigues
O Açude Orós, localizado no município de mesmo nome, a 342 quilômetros de Fortaleza, voltou a sangrar neste sábado, 26 de abril, por volta das 22h17min, após quase 14 anos. O fenômeno, registrado por moradores em vídeos e postagens nas redes sociais, representa esperança para milhares de cearenses que dependem do reservatório para abastecimento e subsistência.
Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), nos últimos 20 anos o Orós registrou sangria apenas em três ocasiões: 2008, 2009 e 2011. Após esse período, o máximo de volume armazenado havia sido 84,4% em abril de 2012. A pior fase ocorreu entre janeiro e março de 2020, quando o açude operou com menos de 5% de sua capacidade, refletindo a gravidade da estiagem no Ceará.
Graças às fortes chuvas de 2025, o cenário mudou. O reservatório saltou de 58,6% de capacidade em 1º de janeiro para 88,8% em 25 de abril, um aumento de quase 30%.
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Construído entre as décadas de 1910 e 1960, o Açude Orós é o segundo maior reservatório do estado, com capacidade para armazenar até 1,612 bilhão de metros cúbicos de água, ficando atrás apenas do Castanhão. Sua função é vital para o abastecimento de cidades, comunidades rurais e para a irrigação agrícola, principalmente em períodos de seca prolongada.
Durante a construção, em 1960, o açude sofreu um grave rompimento parcial, liberando bilhões de metros cúbicos de água no Rio Jaguaribe e impactando cerca de 70 mil pessoas. O episódio levou o então presidente Juscelino Kubitschek a visitar a região e acelerar a retomada das obras.
Hoje, o Orós integra o sistema hídrico que abastece a Região Metropolitana de Fortaleza e demais municípios, funcionando como um regulador essencial em épocas de estiagem ou abundância.
Além do Orós, vários açudes do Ceará sangraram em abril de 2025, como o Acaraú Mirim (Massapê), Forquilha (Forquilha), Sobral (Sobral), São Vicente (Santana do Acaraú) e Caldeirões (Saboeiro), entre outros. A recuperação dos reservatórios traz alívio e esperança para a população e para o setor agrícola.
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