Takuzo Aida, diretor no RIKEN Center, mostra a amostra de plástico degradável | Foto:: REUTERS/Manami Yamada
09 de junho de 2025 – Pesquisadores do RIKEN Center for Emergent Matter Science e da Universidade de Tóquio, no Japão, desenvolveram um plástico biodegradável que se dissolve completamente na água do mar em poucas horas, representando um avanço significativo no combate à poluição marinha.
Durante uma demonstração no laboratório da cidade de Wako, próxima a Tóquio, um pequeno pedaço do material desapareceu em apenas uma hora após ser agitado em água salgada, sem deixar resíduos tóxicos ou microplásticos.
De acordo com o líder da pesquisa, o cientista Takuzo Aida, o novo plástico tem resistência comparável aos plásticos derivados do petróleo, mas com a vantagem de se decompor em seus componentes originais ao entrar em contato com o sal, facilitando a absorção por bactérias naturais. Isso evita a geração de microplásticos, que prejudicam a vida marinha e afetam a cadeia alimentar humana.
O material também não é tóxico, não é inflamável e não emite CO₂, tornando-se uma alternativa segura para o meio ambiente.
Além da água do mar, o plástico também se decompõe em terra salgada, embora em um período maior — cerca de 200 horas. Quando revestido, pode ser usado como plástico convencional, e os pesquisadores agora focam em melhorar a técnica de revestimento para viabilizar sua aplicação comercial.
A inovação surge em um momento crítico. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a poluição plástica pode triplicar até 2040, com até 37 milhões de toneladas de resíduos sendo lançadas nos oceanos todos os anos.
Takuzo Aida reforça a urgência da missão científica:
“As crianças não podem escolher o planeta em que viverão. É nosso dever garantir que deixemos para elas o melhor ambiente possível.”
Apesar de ainda não haver previsão de comercialização, a descoberta já atrai o interesse da indústria de embalagens e pode representar um divisor de águas na luta ambiental global.
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