Ex-presidente Jair Bolsonaro tem alta após passar por nova cirurgia abdominal | Foto: REUTERS/Adriano Machado
09 de junho de 2025 – O Supremo Tribunal Federal (STF) começa nesta segunda-feira a ouvir os oito réus apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como núcleo central de uma organização criminosa que tentou depor o governo eleito em 2022. Entre os acusados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-ministros do antigo governo.
As sessões ocorrerão na Primeira Turma do STF durante toda a semana, até 13 de junho. O primeiro a prestar depoimento é o tenente-coronel Mauro Cid, delator premiado. Na sequência, serão ouvidos, em ordem alfabética: Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.
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Quem é: Ex-presidente da República.
O que diz a PGR: Líder da organização criminosa. Teria articulado ações de impacto social para a ruptura democrática, incluindo ataques ao sistema eleitoral, edição de decreto golpista e pressão sobre militares. Há indícios de que conhecia o plano “Punhal Verde Amarelo”, que previa o assassinato de autoridades.
Quem é: Deputado federal, ex-diretor-geral da Abin.
O que diz a PGR: Auxiliou Bolsonaro na execução do plano criminoso, sendo responsável pela produção de conteúdos contra as urnas eletrônicas. Liderava a chamada “Abin paralela”, usada indevidamente com fins golpistas.
Quem é: Ex-comandante da Marinha.
O que diz a PGR: Aderiu ao plano de golpe e ofereceu apoio direto a Bolsonaro em reuniões de dezembro de 2022.
Quem é: Ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF.
O que diz a PGR: Replicou narrativas falsas sobre fraudes eleitorais, planejou bloqueios da PRF para atrapalhar eleitores de Lula e elaborou minuta de decreto de Estado de Defesa. Também se omitiu durante os ataques de 8 de janeiro.
Quem é: Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional.
O que diz a PGR: Auxiliou diretamente Bolsonaro, construindo ataques ao sistema eleitoral. Participou do planejamento para descumprir decisões judiciais e chefiaria um “gabinete de crise” após o golpe.
Quem é: Ex-ministro da Defesa.
O que diz a PGR: Participou de reuniões em que Bolsonaro pediu para amplificar ataques às urnas. Apresentou versões do decreto golpista a militares e endossou ações golpistas.
Quem é: Ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, candidato a vice de Bolsonaro em 2022.
O que diz a PGR: Participou de reuniões com teor golpista, financiou ações extremistas e coordenaria o “gabinete de crise” após a consumação do golpe.
Quem é: Ex-ajudante de ordens da Presidência.
O que diz a PGR: Integrante com menor poder decisório. Atuava como mensageiro de Bolsonaro, coordenando ações, reunindo documentos falsos e dialogando sobre o plano “Punhal Verde Amarelo”.
A PGR atribui aos réus cinco crimes:
Segundo a denúncia, Bolsonaro liderou o grupo, que teria planejado decretos inconstitucionais, pressionado as Forças Armadas e fomentado ataques ao sistema eleitoral para viabilizar um golpe.
Com o fim dos interrogatórios, defesa e acusação poderão solicitar diligências adicionais. Concluída essa etapa, abre-se prazo de 15 dias para apresentação das alegações finais, último ato antes do julgamento pela Corte.
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