

O prazo inicial para conclusão dos trabalhos é de 120 dias | Foto: Lula Marques/Agência Brasil
04 de novembro de 2025 — A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, instalada nesta terça-feira (4) no Senado Federal, aprovou uma série de requerimentos para ouvir dois ministros de Estado, 11 governadores e especialistas em segurança pública. O relator da comissão, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), busca construir um diagnóstico amplo sobre a estrutura e o avanço do crime organizado no Brasil.
A CPI, que tem como presidente o senador Fabiano Contarato (PT-ES), foi criada com o objetivo de propor medidas de enfrentamento às facções criminosas e milícias em atuação no país. O prazo inicial para conclusão dos trabalhos é de 120 dias.
>>>SIGA O YOUTUBE DO PORTAL TERRA DA LUZ <<<
Entre os primeiros convidados estão o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, além do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Corrêa.
O relator também solicitou informações detalhadas aos ministérios da Justiça e Defesa sobre ações, operações e relatórios de inteligência relacionados ao combate ao crime organizado, especialmente no que diz respeito ao controle de armas e munições.
“Nós falamos várias vezes, ao longo dos últimos sete anos, da dificuldade que temos para identificar e rastrear armas de fogo e munições no Brasil”, justificou Alessandro Vieira ao apresentar os pedidos.
A comissão decidiu convocar 11 governadores e seus respectivos secretários de Segurança Pública. De acordo com o relator, a escolha abrange os estados considerados mais e menos seguros, segundo indicadores do Ministério da Justiça e Segurança Pública e do Fórum Nacional de Segurança Pública.
Dos estados com maior vulnerabilidade, foram convidados representantes do Amapá, Bahia, Pernambuco, Ceará e Alagoas. Já dos estados com melhores índices de segurança, participarão Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal.
Os governadores do Rio de Janeiro e de São Paulo também foram chamados, não por índices de violência, mas por representarem a origem das principais facções criminosas do país, segundo o relator.
“Queremos que os governadores apresentem, junto com suas equipes técnicas, a visão sobre o crime organizado e as experiências de enfrentamento nos estados”, afirmou Vieira.
A CPI aprovou ainda convites para especialistas, promotores e pesquisadores da área da segurança pública. Entre os nomes confirmados estão Lincoln Gakiya, promotor de Justiça de São Paulo e referência no combate ao PCC; Renato Sérgio de Lima, diretor do Fórum Brasileiro de Segurança Pública; e os pesquisadores Joana Monteiro e Leandro Piquet Carneiro.
Também serão ouvidos profissionais da imprensa e da comunicação, como os jornalistas investigativos Josmar Jozino (UOL), Rafael Soares (O Globo) e Cecília Olliveira (Instituto Fogo Cruzado), além de Bruno Paes Manso (USP), Allan de Abreu (Revista Piauí) e Rodrigo Pimentel, ex-capitão do Bope e consultor em segurança pública.
Leia também | COP30 em Belém: o que esperar da Conferência do Clima que reunirá líderes mundiais no coração da Amazônia
Tags: CPI do Crime Organizado, Senado Federal, Alessandro Vieira, Fabiano Contarato, Ricardo Lewandowski, José Múcio, Polícia Federal, Abin, governadores, segurança pública, crime organizado no Brasil, facções criminosas, milícias, controle de armas, Ministério da Justiça, Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Alessandro Vieira relator, CPI Senado, combate ao crime, violência urbana, política e segurança, Brasil 2025