Inovação sustentável na siderurgia com patente brasileira da UFC | Foto: divulgação
12 de junho de 2025 — Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) desenvolveram uma tecnologia inovadora que pode transformar os processos da indústria siderúrgica: o uso do líquido da castanha-de-caju (LCC) como aglomerante natural em substituição a compostos sintéticos e derivados de petróleo. A novidade já despertou o interesse de empresas nacionais e de uma mineradora global, que negociam o licenciamento da patente.
O líquido da castanha-de-caju, considerado resíduo pela agroindústria, passa a ter valor estratégico ao servir como base para a produção de briquetes — estruturas compactas formadas por partículas finas de materiais ferrosos e carbono. Essa tecnologia reduz emissões de gases de efeito estufa, melhora o desempenho metalúrgico e aumenta a vida útil dos reatores utilizados na produção de aço.
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Segundo o professor Diego Lomonaco, do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica da UFC e um dos responsáveis pelo projeto, a substituição dos aglomerantes tradicionais pelo LCC elimina impurezas comuns, como óxidos ácidos, álcalis e sílica, que comprometem o rendimento dos fornos metalúrgicos e geram escória.
“O sistema desenvolvido por nossa equipe tem reação limpa: melhor desempenho, menos resíduos e maior durabilidade dos equipamentos”, afirma Lomonaco, que também integra o Laboratório de Produtos e Tecnologia em Processos (LPT).
A tecnologia recém-patenteada pela UFC surge em um contexto global de transição energética, em que o setor siderúrgico é pressionado a reduzir seu impacto ambiental. Com o LCC, torna-se possível evitar o uso de combustíveis auxiliares e reduzir a dependência de produtos petroquímicos no processo de fabricação de briquetes.
A expedição da carta-patente marca um passo importante para a transferência de tecnologia entre universidade e setor produtivo. “Nossa expectativa é que empresas comprometidas com inovação e sustentabilidade adotem essa solução antes que se torne um diferencial exclusivo de algum concorrente”, diz Lomonaco.
A Agência UFC publicou uma reportagem especial sobre a tecnologia, com detalhes técnicos e as vantagens do invento. O conteúdo está disponível no site da universidade.
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