

Ministra Isabel Gallotti, do TSE | Foto: Luiz Roberto/TSE
05 de novembro de 2025 — A ministra Isabel Gallotti, relatora no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), votou pela cassação do mandato e inelegibilidade por oito anos do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e do deputado estadual Rodrigo Bacellar (União Brasil). A ministra também defendeu a cassação do diploma do vice-governador Thiago Pampolha (MDB).
Após o voto da relatora, o ministro Antonio Carlos Ferreira pediu vista, ou seja, mais tempo para analisar o processo. Com isso, o julgamento foi suspenso e ainda não tem data para ser retomado.
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Os processos analisados pelo TSE dizem respeito às eleições de 2022, quando Cláudio Castro foi reeleito governador. As ações foram apresentadas pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) e pela coligação do então candidato Marcelo Freixo (PSB), acusando Castro e seu grupo político de abuso de poder político e econômico, além de uso irregular de recursos públicos e condutas vedadas a agentes públicos durante o período eleitoral.
As acusações envolvem a Ceperj (Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro) e a Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). O MPE sustenta que houve desvio de finalidade de programas públicos, aumento irregular de orçamento, criação de programas sociais não previstos em lei e até a manutenção de uma “folha de pagamento secreta” com cerca de 18 mil contratados sem concurso público.
Ao analisar o mérito, a ministra Isabel Gallotti afirmou que o conjunto das irregularidades configura um “quadro de extrema gravidade”, com indícios claros de abuso de poder. Ela destacou que os pagamentos a trabalhadores temporários eram feitos em espécie, com saques reiterados na boca do caixa, o que reforça, segundo ela, o uso eleitoral dos recursos.
Em seu voto, Gallotti defendeu:
A relatora considerou que as condutas atribuídas a Castro e Bacellar foram determinantes para a prática das irregularidades identificadas.
Em nota, a assessoria de Cláudio Castro afirmou que o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) já havia absolvido o governador e o vice por ausência de provas, e que nenhum elemento novo foi apresentado desde então.
“O TRE-RJ já havia considerado improcedentes as acusações relativas às eleições de 2022. Além disso, não surgiu qualquer elemento novo que justifique a revisão das decisões já analisadas e confirmadas em duas instâncias”, diz o comunicado.
A defesa do governador sustenta que os fatos administrativos não tiveram relação direta com o pleito eleitoral e, portanto, não configuram abuso de poder. Já os advogados de Thiago Pampolha afirmaram que as provas são frágeis e que a decisão do TRE foi devidamente fundamentada.
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