

Moraes enfrenta sanções do governo Trump com a Lei Magnitsky | Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF
18 de agosto de 2025 — O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou em entrevista ao jornal norte-americano The Washington Post que não pretende recuar “nem um milímetro” diante das sanções impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As declarações acontecem em meio à escalada de tensões diplomáticas entre Brasil e EUA devido ao processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Alexandre de Moraes foi incluído na lista da Lei Magnitsky, legislação usada pelos EUA para punir estrangeiros acusados de violações graves de direitos humanos. Com isso, eventuais bens do ministro em território americano foram bloqueados, assim como transações financeiras e comerciais com cidadãos e empresas dos Estados Unidos.
Segundo a Casa Branca, Moraes estaria conduzindo uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro, mesmo que o processo siga os trâmites legais da Justiça brasileira.
Em resposta, Moraes afirmou ao Washington Post:
“Receberemos a acusação, analisaremos as provas e julgaremos de acordo com a lei. Quem tiver que ser condenado será condenado, e quem tiver que ser absolvido será absolvido.”
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O STF marcou para o período entre 2 e 12 de setembro o julgamento do núcleo central da trama golpista envolvendo Jair Bolsonaro e outros aliados. A decisão é considerada histórica e deve repercutir internacionalmente.
Na entrevista, o jornal norte-americano classificou Moraes como o “xerife da democracia”, destacando que suas decisões e decretos contra plataformas digitais, como o X de Elon Musk, ganharam visibilidade mundial.
O ministro ressaltou que a fragilidade da democracia brasileira exige medidas firmes:
“O Brasil já passou por ditaduras e golpes. Quando um país é mais atacado por uma doença, desenvolve anticorpos mais fortes.”
Moraes também rebateu críticas de apoiadores de Bolsonaro, que, segundo ele, disseminam “narrativas falsas” que prejudicam a relação histórica entre Brasil e Estados Unidos.
O governo Trump impôs ainda uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, medida negociada com Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, que está em Washington desde fevereiro.
Apesar das pressões, Moraes garantiu que seguirá firme:
“Não é agradável passar por isso. Mas é preciso defender a democracia. Enquanto houver necessidade, a investigação continuará.”
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