Brasil pós-1985: Desde a redemocratização, três ex-presidentes brasileiros foram presos; outros enfrentam processos que podem resultar em detenção Análise revela que todos os presidentes pós-1985, exceto Fernando Henrique Cardoso e Itamar Franco, enfrentaram acusações criminais ou foram processados judicialmente
Prisão de Collor reforça a tendência de responsabilização penal dos ex-mandatários do país | Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo/Arquivo
Desde a redemocratização do Brasil, em 1985, três ex-presidentes foram presos, e outros enfrentam processos judiciais que podem resultar em detenção. A prisão mais recente foi a de Fernando Collor de Mello, nesta sexta-feira, 25 de abril de 2025, condenado a oito anos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro relacionados à Petrobras. El País
Além de Collor, outros ex-presidentes enfrentaram acusações criminais ou foram processados judicialmente. Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, embora as condenações tenham sido posteriormente anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A análise dos casos revela que todos os presidentes pós-1985, exceto Fernando Henrique Cardoso, enfrentaram acusações criminais ou foram processados judicialmente. A tendência de responsabilização penal dos ex-mandatários do país tem se consolidado nos últimos anos, refletindo uma maior vigilância e ação do sistema judiciário brasileiro.
Confira abaixo um resumo detalhado sobre cada presidente do Brasil desde a redemocratização, com foco nos que foram presos ou que respondem a processos judiciais:
José Sarney (1985–1990) Situação judicial: Nunca foi preso. Acusações: Sarney foi citado em diversas investigações, como a Operação Lava Jato, mas nunca chegou a ser indiciado ou condenado. Status atual: Não responde a processos criminais.
Fernando Collor de Mello (1990–1992) Situação judicial: Preso em 2025, condenado a 8 anos e 10 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Contexto: Foi o primeiro presidente eleito por voto direto após a ditadura. Renunciou em 1992 para evitar o impeachment. Em 2023, foi condenado pelo STF por crimes ligados à BR Distribuidora (Petrobras). Status atual: Preso e inelegível.
Itamar Franco (1992–1995) Situação judicial: Nunca foi preso. Acusações: Não há registro de envolvimento em escândalos ou processos criminais. Status atual: Faleceu em 2011 com reputação pública ilesa.
Fernando Henrique Cardoso (1995–2002) Situação judicial: Nunca foi preso. Acusações: Apesar de críticas e alegações políticas sobre sua gestão, nunca respondeu a processo criminal. Status atual: Livre de acusações formais.
Luiz Inácio Lula da Silva (2003–2010; 2023–presente) Situação judicial: Preso entre abril de 2018 e novembro de 2019. Contexto: Foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá, no âmbito da Operação Lava Jato. As condenações foram anuladas pelo STF por entender que o juiz Sergio Moro foi parcial. Status atual: Em exercício do mandato e elegível.
Dilma Rousseff (2011–2016) Situação judicial: Não foi presa. Acusações: Sofreu impeachment em 2016 por manobras fiscais (pedaladas), mas não por crime comum. Já foi mencionada em delações, mas não foi formalmente acusada. Status atual: Livre, sem processos criminais em curso.
Michel Temer (2016–2018) Situação judicial: Preso preventivamente em 2019, solto dias depois. Acusações: Acusado de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa, em casos envolvendo a Eletronuclear. Status atual: Responde a processos, mas em liberdade.
Jair Bolsonaro (2019–2022) Situação judicial: Réu em várias ações e sob risco de prisão. Acusações: Alvo de investigações por tentativa de golpe de Estado, falsificação de cartões de vacinação e interferência na PF. Status atual: Inelegível até 2030 e réu em processo que pode levá-lo à prisão, caso condenado.