

25 de outubro de 2025 – Indígenas e movimentos sociais anunciaram a Caravana da Resposta, uma mobilização que percorrerá mais de 3 mil quilômetros entre Mato Grosso e Belém, rumo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). O objetivo é denunciar os impactos da monocultura e dos grandes corredores logísticos do agronegócio na Amazônia e no Cerrado.
Mais de 300 participantes de dezenas de organizações, povos e comunidades tradicionais seguirão pela chamada “rota da soja”. Durante o trajeto, estão previstos atos públicos, manifestações culturais e espaços de diálogo com as comunidades. O barco que conduzirá a etapa final também funcionará como alojamento coletivo e cozinha solidária em Belém, permitindo que os participantes estejam presentes na conferência climática.
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A mobilização é organizada pela Aliança Chega de Soja, articulação criada em 2024 que reúne mais de 40 organizações. Entre os alvos do movimento estão megaprojetos como a Ferrogrão, ferrovia que ligaria Sinop (MT) a Itaituba (PA) para transporte de grãos e redução de custos logísticos.
Estudos da Climate Policy Initiative (CPI), da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ), apontam que a Ferrogrão pode causar o desmatamento de até 49 mil km² de floresta. O projeto, apoiado por corporações internacionais, está suspenso por liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), aguardando retomada do julgamento.
Além da ferrovia, a caravana critica projetos de hidrovias nos rios Tapajós, Madeira e Tocantins, e propõe alternativas como agroecologia, pesca artesanal e um modelo de infraestrutura “voltado às pessoas, não ao lucro”.
“Não vamos permitir que o interesse de grandes corporações destrua nossos rios e florestas. Querem transformar nossos rios em hidrovias mortas e entregar nossas florestas para os ricos, que ganham dinheiro com a soja. Mas vamos defender nossos territórios, porque disso depende o futuro de todo mundo”, afirma Alessandra Munduruku, liderança indígena.
A Caravana da Resposta também busca dar visibilidade a alternativas agroecológicas e sistemas de sociobiodiversidade, valorizando a produção de pequenos agricultores e comunidades tradicionais.
O percurso de 14 dias seguirá tanto por terra — pela BR-163, conhecida como “rodovia da soja” — quanto por água, pelos rios Tapajós e Amazonas, com paradas em portos como Miritituba e Santarém para ações conjuntas com comunidades locais.
Em Belém, os participantes se unirão às mobilizações populares Cúpula dos Povos e COP do Povo, reforçando o protagonismo dos povos da floresta e das comunidades tradicionais na construção de uma agenda climática justa e inclusiva.
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