O Supremo Tribunal Federal (STF) apresentou, em Brasília, as parcerias do Programa de Combate à Desinformação no âmbito do Tribunal. Com apoio dos parceiros, o STF passa a promover ações e projetos educativos ou de esclarecimento das funções do tribunal, além de combater práticas que afetam a confiança das pessoas na Justiça e colocam em risco direitos fundamentais e a estabilidade democrática.
Criado em agosto de 2021 pelo presidente Luiz Fux, o programa tem como parceiros iniciais o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), universidades públicas, entidades de classe, associações da sociedade civil organizada e startups. Ao todo, são 35 parcerias institucionais para desenvolvimento de projetos sem custos adicionais para o STF, com o uso da estrutura de comunicação já existente. Clique aqui para ver o hotsite do programa.
>>>SIGA O YOUTUBE DO PORTAL TERRA DA LUZ <<<
A cerimônia de apresentação foi realizada, na última quarta-feira (18/05), na Sala de Sessões da Primeira Turma, com a participação dos ministros Fux e Edson Fachin, presidente do TSE, e parceiros do programa do STF. Os demais ministros também foram convidados.
O evento foi transmitido pela TV Justiça e Youtube do STF. Na tarde de quarta e ao longo desta quinta-feira (19/05), foram realizadas rodadas de conversas com os parceiros, também transmitidas pelo Youtube.
O reitor da Universidade Federal do Ceará, Cândido Albuquerque, foi representado pelo professor doutor Tadeu Feitosa, que desenvolve, junto às professoras doutoras Gabriela Belmont de Farias e Giovana Guedes Farias, um estudo teórico e metodológico com a finalidade de identificar nas fontes de informação suas falhas, habilitando uma leitura crítica, tanto das fontes gerais quanto especializadas, e estabelecendo processos de competência da informação e da mídia, bem como mediações necessárias para identificar informações fidedignas em oposição às falsas (fake news), pós-verdade e desinformação.
Os professores do Ceará são integrantes do ‘Grupo de Pesquisa Competência e Mediação em Ambientes de Informação’ (CMAI), que é formado por diversos pesquisadores brasileiros, docentes e discentes da área da Biblioteconomia e Ciência da Informação. O professor Tadeu avaliou o trabalho desenvolvido no STF:
“Esses dois dias de discussões sobre o início das pesquisas, do delineamento dos projetos e demais trabalhos com vistas à implementação do Programa de Combate à Desinformação foram muito produtivos. O encerramento com as propostas das universidades foi o ponto alto. Agora formamos uma rede de pesquisadores, cientistas e professores todos voltados para ações, serviços e produtos de combate à Desinformação”, afirmou o professor.
Leia também | Parecer da OAB-CE é referência nas tratativas de suspensão do aumento de energia elétrica
O termo de cooperação firmado entre STF e TSE leva em conta “a importância da união de esforços entre a Justiça Eleitoral e os demais órgãos do Poder Judiciário na construção de um ambiente informacional saudável e transparente, mediante o desestímulo à criação e à disseminação de afirmações falsas e discursos de ódio”, conforme o texto do acordo. Os tribunais se comprometem em fazer, em conjunto ou separadamente, atividades voltadas à conscientização da ilegalidade e do caráter antidemocrático das práticas de desinformação.
Além disso, STF e TSE aturarão para difundir, em seus canais de comunicação oficiais, informações corretas e serviços sobre as eleições gerais de 2022 e sobre o funcionamento do Poder Judiciário.
De imediato, a parceria com a Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD-Brasil) põe em marcha um Plano de Educação Midiática destinado a esclarecer o funcionamento das instituições para ajudar professores, alunos da rede de ensino fundamental, comunidades indígenas e quilombolas, e o público geral das redes sociais a não acreditar, e sobretudo, rebater as fake news.
As primeiras universidades parceiras – 15 universidades estaduais ou federais – desenvolverão pesquisas sobre o fenômeno da desinformação em diversas áreas de estudo, bem como projetos de extensão para além de combater notícias falsas com informações, esclarecer o que realmente é responsabilidade do STF. A parceria com a academia busca não apenas envolver os estudantes no combate à desinformação, mas envolver as comunidades alvo das ações de extensão e, com isso, aproximar a sociedade da Corte.
“O grupo de diversas áreas do conhecimento se reunirá sistematicamente para produções bibliográficas, visuais, sonoras, digitais e de demais linguagens, com vistas a atender os mais diversos públicos com informações verdadeiras e éticas sobre o STF e suas missões institucionais de defesa da Constituição e da Democracia”, esclareceu Tadeu Feitosa.
Novas parcerias com universidades públicas estão em discussão, e as universidades particulares também serão chamadas a participar em uma segunda fase.
Para os 200 anos da Independência, comemorados em setembro, o programa prepara em parceria com o Instituto Justiça e Cidadania o projeto Liberdades, que publicará um livro com artigos científicos sobre as 11 liberdades previstas na Constituição. Cada artigo será escrito por um dos Ministros do STF, e o livro será convertido em uma cartilha ilustrada com grafite sobre o mesmo tema, para distribuição em escolas de ensino médio, além de estar disponível em meios digitais.
Leia também | Operação resgata 183 vítimas de exploração sexual infantil no país
Entre os primeiros parceiros, estão duas startups. Em parceria com a Startup Positus Tecnologia da Informação e apoio do Whatsapp, o STF lançará um Chatbot com serviços, como consulta processual e de jurisprudência, dúvidas frequentes e acesso facilitado a outras ferramentas já disponíveis no Portal do STF.
Já em parceria com a Fasius Inteligência Jurídica, o Supremo terá acesso sem custos à detecção e análise de mensagens falsas sobre o STF no Twitter.
O Programa de Combate à Desinformação do STF segue aberto a novas parcerias. Entidades, universidades ou empresas interessadas em promover ações ou projetos podem enviar email para desinformacao@stf.jus.br.
Veja a lista dos 35 parceiros iniciais:
Leia também | Câmara aprova MP que regulamenta ensino domiciliar