

Cid confirma conhecimento de minuta golpista, mas evita vinculação direta | Foto: Gustavo Moreno/STF
13 de agosto de 2025 — O tenente-coronel Mauro Cid confirmou nesta quarta-feira (13) os depoimentos prestados anteriormente ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a trama golpista que teria tentado manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. No entanto, Cid acrescentou esclarecimentos favoráveis a Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro e também réu na ação penal.
A declaração foi dada durante uma acareação no STF, que colocou Cid e Câmara frente a frente por cerca de 50 minutos. O encontro foi marcado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator das ações penais sobre a tentativa de golpe, a pedido da defesa de Câmara.
>>>SIGA O YOUTUBE DO PORTAL TERRA DA LUZ <<<
Durante a acareação, Mauro Cid reafirmou que Marcelo Câmara tinha conhecimento de uma minuta de decreto de teor golpista. Contudo, disse não poder confirmar se era o mesmo documento apresentado por Filipe Martins a Bolsonaro — ponto central da acusação contra Câmara.
Cid também reconheceu que Câmara participou, em 2022, de diligências de monitoramento contra o ministro Alexandre de Moraes, o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o vice eleito Geraldo Alckmin. Porém, afirmou não saber se essas ações estavam relacionadas ao chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato dos alvos.
Em sua fala, Marcelo Câmara sustentou que eventuais monitoramentos tinham como objetivo apenas “acertar agendas” e não estavam ligados a qualquer plano golpista. O advogado Eduardo Kuntz disse ter ficado satisfeito com o depoimento e afirmou esperar que ele contribua para a absolvição do cliente.
Preso preventivamente em Brasília, Câmara participou da acareação sob escolta. Sua defesa voltou a pedir liberdade provisória. Alexandre de Moraes solicitou parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) antes de decidir, mas já autorizou que o réu tenha acesso a um computador na prisão para preparar sua autodefesa.
A acareação ocorreu no âmbito da ação penal contra o núcleo 2 da trama golpista, apontado pela PGR como responsável por produzir minutas golpistas e coordenar ações contra adversários. O grupo é acusado de organização criminosa, golpe de Estado, tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
São réus do núcleo 2: Filipe Martins, Marcelo Câmara, Silvinei Vasques, Mário Fernandes, Marília de Alencar e Fernando de Sousa Oliveira.
Leia também | STF responsabiliza 1.190 pessoas pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023
Tags: Mauro Cid, Marcelo Câmara, STF, trama golpista, Alexandre de Moraes, Jair Bolsonaro, PGR, tentativa de golpe, minuta golpista, núcleo 2, plano Punhal Verde e Amarelo, ação penal, Procuradoria-Geral da República