Depoimentos inéditos apontam tentativa de controle político sobre informações da Covid-19 | Foto: reprodução/YouTube Silas Malafaia Oficial
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) divulgou um livro com depoimentos inéditos de seus agentes, revelando pressão do governo Bolsonaro para minimizar a gravidade da pandemia da Covid-19 e favorecer narrativas ideológicas. O lançamento ocorreu nesta sexta-feira (25), na Escola de Inteligência (Esint), em Brasília.
Com nomes reais preservados, os relatos expõem tentativas de suprimir dados, desencorajar a produção de relatórios críticos e forçar a defesa de medicamentos ineficazes, como a hidroxicloroquina. Os agentes também afirmam que seus alertas e análises não foram aproveitados pelo alto escalão do governo.
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O livro mostra que a agência produziu documentos sobre o avanço do vírus, a necessidade de equipamentos hospitalares e os riscos de desinformação, mas foi ignorada. O distanciamento entre o governo e a Abin teria se intensificado com a saída do ministro Luiz Henrique Mandetta, o que resultou na perda de acesso a dados cruciais.
Em um dos depoimentos, um agente que estava na China durante o início da pandemia conta que foi orientado a parar de priorizar a cobertura da crise sanitária. Outro, que atuava na Itália, relatou ter sido pressionado a escrever documentos em defesa da hidroxicloroquina.
A agente identificada como Camila afirma que houve pressão para suavizar críticas às políticas públicas adotadas no enfrentamento da doença. Já outro depoimento aponta que a Abin questionava se suas análises sobre a vacinação estavam, de fato, sendo levadas ao presidente.
Até o momento, a assessoria do ex-presidente Jair Bolsonaro não se manifestou sobre o conteúdo do livro.