

Navio Spiridon II vaga há meses no mar com quase 3 mil vacas presas em condições precárias | Foto: Divulgação/Animal Welfare Foundation
21 de novembro de 2025 – Quase 3 mil vacas e bezerros à beira da morte estão em rota de volta ao Uruguai após meses retidos no navio Spiridon II, impedido de descarregar sua carga na Turquia. A situação é considerada uma das mais graves crises recentes envolvendo transporte marítimo de animais vivos. Organizações internacionais alertam que a maioria não deve sobreviver ao retorno.
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O navio Spiridon II partiu de Montevidéu em 19 de setembro com destino ao porto de Bandirma, na Turquia, transportando 2.901 vacas destinadas à engorda e reprodução. Chegou ao destino em 22 de outubro, mas teve o desembarque negado porque fiscais identificaram que 469 animais estavam sem os brincos ou chips obrigatórios. O impasse travou o navio por mais de três semanas.
Com a demora, as condições a bordo passaram a se deteriorar rapidamente. Havia escassez de comida e água, e a tripulação — sem treinamento adequado — não conseguia manter cuidados básicos. A superlotação agravou o cenário, causando problemas de ventilação e higiene.
Ativistas denunciaram que metade do rebanho está prenha e que abortos são praticamente inevitáveis devido às condições insalubres. Mais de 140 bezerros já nasceram a bordo, mas têm chances mínimas de sobrevivência.
Estimativas iniciais apontam que ao menos 58 vacas morreram antes mesmo do início do retorno. Organizações ambientais temem que novos animais mortos sejam jogados ao mar — uma prática difícil de fiscalizar em águas internacionais.
A tripulação vive em condições extremamente precárias e também enfrenta risco sanitário. O Spiridon II, de bandeira de Togo e construído em 1973, acumula mais de 80 deficiências registradas em inspeções.
Vistorias emergenciais permitiram apenas um breve reabastecimento de água e ração antes de o navio ser autorizado a deixar o porto e retornar à América do Sul.
Após negociações fracassadas entre Turquia e Uruguai, a embarcação iniciou nesta semana a viagem de volta, com chegada prevista para 14 de dezembro. Segundo Maria Boada Saña, representante da Animal Welfare Foundation, é improvável que a maioria dos animais sobreviva até o destino.
A ONG afirma que o episódio revela uma falha sistêmica no transporte marítimo de animais vivos e reforça a necessidade de banimento global dessa prática.
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