

Mauro Vieira e Marco Rubio lideram encontro em Washington | Fotos: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados e U.S. Department of State
15 de outubro de 2025 — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou, nesta quarta-feira (15), a realização de uma reunião entre representantes do Brasil e dos Estados Unidos nesta quinta-feira (16), em Washington (EUA), para discutir o tarifaço imposto às exportações brasileiras.
O encontro marcará a retomada das negociações bilaterais após a conversa recente entre Lula e o presidente Donald Trump, ocorrida no início de outubro.
“Não pintou química, pintou uma indústria petroquímica”, brincou Lula, referindo-se ao diálogo com o líder norte-americano durante a videoconferência da semana passada, em alusão ao comentário anterior de Trump sobre a “excelente química” entre ambos.
O presidente brasileiro destacou que as conversas devem buscar soluções diplomáticas e comerciais equilibradas, evitando o agravamento das tensões econômicas.
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O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, desembarcou na capital norte-americana na noite de terça-feira (14) para participar da agenda de negociações com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, designado por Trump para conduzir o diálogo com o Brasil.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a delegação brasileira apresentará argumentos econômicos sólidos para convencer os Estados Unidos a rever o aumento das tarifas sobre produtos nacionais.
“Essa medida está encarecendo a vida do povo estadunidense”, afirmou Haddad, destacando que o Brasil oferece oportunidades significativas de investimento em energia limpa, minerais críticos e transformação ecológica.
O tarifaço foi instaurado como parte da nova política comercial do governo Trump, que busca fortalecer a competitividade dos Estados Unidos diante da China e de outros parceiros econômicos.
Em 2 de abril de 2025, Washington impôs barreiras alfandegárias diferenciadas conforme o tamanho do déficit comercial com cada país. Como os EUA mantêm superávit com o Brasil, o país foi inicialmente taxado em 10% — a menor alíquota entre as nações afetadas.
Entretanto, em 6 de agosto, entrou em vigor uma tarifa adicional de 40%, em retaliação às decisões brasileiras consideradas prejudiciais às big techs norte-americanas e também em reação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado por tentativa de golpe de Estado.
Entre os produtos brasileiros atingidos estão café, frutas e carnes. Permaneceram isentos, na primeira fase, suco de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, além de peças e componentes industriais.
Especialistas apontam que o encontro desta quinta-feira será crucial para redefinir o tom das relações comerciais entre os dois países e avaliar a possibilidade de redução gradual das tarifas.
O governo brasileiro aposta na diplomacia econômica e em parcerias estratégicas em áreas como tecnologia verde e transição energética para recuperar o equilíbrio nas exportações.
“O Brasil tem ativos importantes e quer ser parceiro de longo prazo dos EUA, não adversário comercial”, disse um assessor do Itamaraty.
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