Operador é visto durante o fechamento na Bolsa de Nova York, em 2020 | Foto: Bryan R. Smith/AFP
As bolsas de valores dos Estados Unidos registraram um dos piores desempenhos desde a pandemia de Covid-19. Nesta sexta-feira (4), os principais índices norte-americanos fecharam em forte queda, acentuando as perdas da semana após o anúncio da retaliação da China às tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.
Os números mostram a gravidade do tombo:
Na véspera, os mercados já haviam registrado o pior desempenho diário desde 2020. Ao todo, empresas listadas nas bolsas dos EUA perderam cerca de US$ 6 trilhões em valor de mercado em apenas dois dias.
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Segundo o levantamento da consultoria Elos Ayta, realizado por Einar Rivero, as chamadas “magnificent seven” — Apple, Amazon, Alphabet (Google), Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla — foram responsáveis por US$ 1,8 trilhão em perdas no período.
A Apple, sozinha, perdeu US$ 500 bilhões em valor de mercado, embora siga como a empresa mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 2,8 trilhões.
Desde que Trump assumiu a presidência, em janeiro, as perdas totais das companhias listadas nas bolsas norte-americanas chegaram a US$ 9,81 trilhões, aponta o mesmo estudo.
O estopim para a piora no mercado foi a resposta da China ao “tarifaço” anunciado por Trump na quarta-feira (2). O país asiático determinou uma tarifa de 34% sobre todos os produtos dos EUA, valor equivalente ao imposto imposto pelo governo americano sobre produtos chineses.
O temor dos investidores é que a escalada da guerra comercial cause um resfriamento da economia global, reduza a demanda por bens e serviços e leve à inflação generalizada.
A medida também afeta outras regiões: a Ásia e o Oriente Médio foram duramente atingidos, com tarifas superiores a 40% em alguns casos. A Europa também foi alvo, enquanto o Brasil foi incluído em um grupo com tarifa mais branda, de 10% sobre importações.
O presidente Donald Trump classificou o dia do anúncio como o “Dia da Libertação”, alegando que a medida visa libertar os Estados Unidos da dependência de produtos estrangeiros.
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