

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante conversa com a imprensa, na Secretaria-Geral da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) | Foto: Ricardo Stuckert / PR
24 de outubro de 2025 — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou estar confiante na possibilidade de um acordo para resolver a crise tarifária entre Brasil e Estados Unidos, mas reconheceu que o entendimento não deve ser fechado durante a reunião com o presidente americano Donald Trump, prevista para este final de semana, à margem da cúpula da ASEAN, na Malásia.
“Se eu não acreditasse que fosse possível fazer um acordo, eu não participaria da reunião. Se bem que o acordo certamente não será feito amanhã ou depois de amanhã. Ele será feito pelos negociadores que vão ter que sentar junto com o pessoal do governo americano para negociar”, afirmou Lula durante entrevista coletiva em Jacarta, capital da Indonésia.
O presidente também evitou fixar uma data para a conclusão das tratativas. “Eu queria que fosse ontem, mas se for amanhã já está bom”, brincou.
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Segundo Lula, três ministros brasileiros já participam diretamente das conversas com os Estados Unidos: o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
O chefe do Executivo destacou que todos os temas estão abertos ao diálogo, incluindo as guerras na Ucrânia e em Gaza, a crise entre EUA e Venezuela e a cooperação na exploração de terras raras.
Lula enfatizou que o objetivo das negociações é esclarecer a situação comercial entre os países. “O Brasil tem interesse em recolocar a verdade na mesa, mostrar que os Estados Unidos não são deficitários no comércio com o Brasil, portanto, não há explicação para a taxação feita ao Brasil. Também não há justificativa para a punição de ministros ou de personalidades públicas brasileiras, que não cometeram nenhum erro e apenas cumprem a Constituição do meu país”, declarou.
O presidente disse ainda que está disposto a discutir “qualquer assunto” com Trump. “Nós não temos veto a nenhum tema. O que for colocado na mesa, a gente vai discutir.”
Após encerrar a visita de Estado à Indonésia, Lula embarcou rumo a Kuala Lumpur, na Malásia, onde participará da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). O encontro com Donald Trump está previsto para ocorrer no domingo (26), mas ainda não foi oficialmente confirmado pelo Palácio do Planalto nem pela Casa Branca.
De acordo com a agenda americana, há um espaço reservado para uma reunião bilateral “a ser anunciada”. O governo brasileiro, porém, tem adotado cautela e só deve confirmar o encontro após o posicionamento oficial dos Estados Unidos.
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