

Logo da COP30 é exibido em frente a um edifício central em Belém, Brasil | Foto: Wagner Meier/Getty Images/CNN
10 de novembro de 2025 — A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) começa oficialmente nesta segunda-feira (10), em Belém, e segue até o dia 21 de novembro. O evento ocorre em meio a alertas da ONU sobre o aumento das emissões de carbono e desafios persistentes nas metas estabelecidas pelo Acordo de Paris.
Na última terça-feira (4), o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) divulgou um relatório que mostra que as emissões globais de carbono continuam muito altas para impedir o aquecimento global. Segundo o documento, o planeta caminha para um aumento de temperatura entre 2,3°C e 2,5°C — bem acima da meta de 1,5°C definida em 2015.
De acordo com o World Resources Institute, as metas atuais dos governos para reduzir as emissões até 2035 são insuficientes. Embora 2023 e 2024 tenham sido anos recordes de calor, o uso de combustíveis fósseis segue em alta, especialmente em países como China e Índia. A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que a demanda por carvão — um dos combustíveis mais poluentes — se manterá em níveis recordes até 2027.
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Apesar dos desafios, especialistas apontam avanços significativos na transição energética. Segundo a AIE, o investimento global em energia limpa alcançou US$ 2,2 trilhões no último ano, superando pela primeira vez o valor aplicado em combustíveis fósseis. A adoção de energia solar e eólica acelerou, e as vendas de veículos elétricos bateram recordes.
Jennifer Morgan, ex-enviada especial da Alemanha para o clima, destacou que há dez anos seria impensável imaginar o atual nível de avanço tecnológico e a redução dos custos de energias renováveis e veículos elétricos. Ainda assim, o crescimento das fontes limpas tem servido mais para compensar a alta demanda global de energia do que para substituir completamente os combustíveis fósseis.
Na Cúpula de Líderes, realizada entre os dias 6 e 7 de novembro em Belém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a importância da cooperação internacional: “A Terra é única. A humanidade é uma só. A resposta tem de vir de todos, para todos”, afirmou. Lula também defendeu a criação de uma tributação mínima sobre grandes multinacionais e super-ricos para financiar ações de combate às mudanças climáticas.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, criticou empresas que lucram com a devastação ambiental, acusando-as de gastar bilhões em lobby e desinformação. Já o presidente chileno, Gabriel Boric, condenou a postura do governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, que nega a existência da crise climática e se retirou do Acordo de Paris.
As metas brasileiras — chamadas de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) — preveem reduzir entre 59% e 67% das emissões de gases de efeito estufa até 2035, tomando como base os níveis de 2005. O país também pretende zerar o desmatamento ilegal até 2030 e eliminar completamente o desmatamento até 2035.
Essas ações integram o Plano de Transformação Ecológica, que envolve o Executivo, Legislativo e Judiciário na execução de políticas públicas voltadas à mitigação das mudanças climáticas. Especialistas consideram as metas brasileiras realistas, porém modestas diante do potencial do país em liderar a agenda ambiental global.
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