Empreender não é para amadores, embora a maioria de nós comece assim: com uma dose de coragem e um otimismo ingênuo de que tudo vai dar certo. Se você for mulher, adicione persistência extra, audácia e um sorriso sempre pronto para lidar com os pré-conceitos que o mercado imprime.
Tendemos a observar a história de uma perspectiva muito curta, mas, se expandimos o olhar, vemos que dinheiro e poder são ativos recentes para as mulheres. Para uma sociedade com pessoas empoderadas (e não só mulheres), precisamos de oportunidades equivalentes para todos, tirando as “conversas chatas” da gaveta e escancarando-as a fim de uma discussão direta, franca e respeitosa.
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Nós, empreendedoras, costumamos sentir na pele o que o excel revela em números e gráficos. Pesquisas mostram que mulheres costumam ter três grandes barreiras para alavancar uma empresa própria: dificuldade de crédito, formação e visibilidade.
Um dos grandes obstáculos é o acesso às linhas de crédito — 47% das mulheres já tiveram empréstimo negado. De acordo com dados do Sebrae, apenas 33,2% dos negócios foram fundados por mulheres, enquanto 66,8% foram fundados por homens. Não basta querer. Estamos cheios de empreendedores de palco que apertam o play para repetir que acreditar em si é suficiente para se construir um negócio de sucesso quando a realidade mais se assemelha a uma montanha russa de emoções que demanda, entre tantas coisas, flexibilidade.
A mudança de mentalidade é essencial para quem busca empreender. Acredito no trio – metodologia, administração de finanças e resultados. Para melhorar o panorama das mulheres no empreendedorismo, é preciso aumentar a representatividade em todas as áreas e, assim, ter mais mulheres em cargos de liderança, na política, em comitês etc.
Quando os números aumentarem em todas as áreas, o de empreendedoras também crescerá. Haverá uma maior compreensão das dificuldades uma das outras, mais sororidade, e uma flexibilidade inteligente, que vai desde a maleabilidade em relação ao trabalho em uma empresa, à uma maior versatilidade também entre os acordos entre companhias. Não vai depender de reuniões de networking sem hora para terminar ou happy hour após o trabalho. Uma realidade que para muitas mulheres contemporâneas não existe.
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Para mim, mulher empoderada é uma mulher com independência financeira. No Brasil, temos mais de 100 milhões de potenciais investidoras que poderiam estar fundando seu próprio negócio, contribuindo para a economia e crescimento do País, conquistando espaços e gerando novos empregos. Mas nesse caminho existe um grande gap sobre o que é preciso para se desenvolver como empresária e como líder.
Já fui mentora de muitas mulheres que iniciaram uma microempresa na informalidade, como forma de ganhar algum dinheiro extra — eu também comecei assim. A oportunidade existe, o mercado tem apetite, mas muitas vezes deixamos o medo de sonhar nos encolher e matamos a nossa ambição de querer mais para as nossas vidas, nos contentado com o mundo no diminutivo (“um dinheirinho, pra ter uma casinha, pra comprar umas coisinhas e viver uma vidinha”).
Ouvir tantos diminutivos ligados às mulheres e aos negócios foi o empurrão que faltava para eu escrever sobre o assunto. Espero que minha experiência em negócios e com informações sobre caminhos para quem quer montar o próprio negócio possa ajudar uma grande parcela das empreendedoras em potencial, para que elas possam, finalmente, sair do mundo dos “INHOS” para entrar numa vida superlativa.
Chris Taveira é CEO e fundadora do grupo Illimitz e autora do livro “Decida Ganhar Mais”
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