

O acordo global busca fortalecer a cooperação internacional e ampliar o apoio político à transição energética, com foco em setores de difícil descarbonização, como transporte, aviação e indústria | Foto: Hermes Caruzo/COP30
08 de novembro de 2025 – Um marco histórico para a transição energética global foi firmado durante a Cúpula dos Líderes da COP30, em Belém (PA). O “Compromisso de Belém pelos Combustíveis Sustentáveis”, conhecido como Belém 4X, reúne 19 países com o objetivo de quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis até 2035, em comparação aos níveis de 2024. A iniciativa tem co-patrocínio de Brasil, Itália e Japão e pretende acelerar a substituição dos combustíveis fósseis por alternativas de baixo carbono.
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O acordo global busca fortalecer a cooperação internacional e ampliar o apoio político à transição energética, com foco em setores de difícil descarbonização, como transporte, aviação e indústria. O compromisso prevê monitoramento anual da Agência Internacional de Energia (AIE), que publicará relatórios até 2035 sobre o progresso dos países signatários.
Os combustíveis sustentáveis englobam biogases, biocombustíveis, hidrogênio verde e e-fuels — alternativas geradas a partir de fontes renováveis como biomassa e resíduos orgânicos. O texto do pacto também inclui metas de inovação tecnológica, expansão de infraestrutura e sustentabilidade social e ambiental na produção e uso desses combustíveis.
Até o momento, 19 países aderiram ao compromisso: Armênia, Belarus, Brasil, Canadá, Chile, Guatemala, Guiné, Índia, Itália, Japão, Maldivas, México, Moçambique, Myanmar, Países Baixos, Panamá, Coreia do Norte, Sudão e Zâmbia. Segundo o Itamaraty, a diversidade dos signatários demonstra a relevância global da iniciativa, reforçando o papel dos combustíveis sustentáveis na luta contra as mudanças climáticas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, em seu discurso, a importância de acelerar o uso de combustíveis sustentáveis como estratégia para combater a pobreza energética. O Instituto Talanoa, que acompanha as discussões climáticas, observou que a fala de Lula priorizou o avanço desses combustíveis em detrimento de metas para eliminar totalmente o uso de fósseis.
O Belém 4X prevê a realização de reuniões ministeriais anuais até 2035, abertas a novas adesões. Além dos governos, o documento incentiva a participação de instituições financeiras, setor privado e sociedade civil para ampliar investimentos e fomentar a inovação tecnológica.
A iniciativa reafirma compromissos internacionais anteriores, como os firmados na COP28 em Dubai, no G20 do Rio (2024) e na Declaração de Nova Délhi (2023), e reforça a necessidade de uma “transição justa, ordenada e equitativa”, alinhada às diretrizes da ONU para o enfrentamento da crise climática.
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Tags: COP30, Belém 4X, combustíveis sustentáveis, hidrogênio verde, biocombustíveis, energia renovável, transição energética, mudanças climáticas, Agência Internacional de Energia, AIE, Brasil, Itália, Japão, Lula, COP28, G20, ONU, sustentabilidade, descarbonização, e-fuels, energia limpa, biomassa, economia verde, Belém, Amazônia, política climática, meio ambiente