

Haddad apresenta plano emergencial contra tarifa de 50% imposta pelos EUA | Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
06 de agosto de 2025 — O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entrega nesta quarta-feira (6) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o plano de resposta ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O documento será formalizado por meio de uma Medida Provisória (MP) e tem como foco principal a proteção dos pequenos exportadores, os mais afetados pela decisão do governo norte-americano.
“Será um plano muito detalhado para começar a atender, sobretudo, aqueles que são pequenos e não têm alternativas à exportação para os EUA”, afirmou Haddad ao chegar ao ministério.
O plano inclui linhas de crédito emergenciais e o aumento das compras governamentais para compensar a queda nas exportações. Segundo o ministro, o texto da MP está finalizado e poderá entrar em vigor imediatamente após a assinatura do presidente.
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Haddad reforçou que o plano do governo também tem como objetivo preservar a soberania nacional diante da tentativa de interferência dos Estados Unidos nas decisões do Judiciário brasileiro.
“O Executivo está zelando pelo interesse nacional”, declarou, cobrando uma união de forças entre o governo federal, empresários e governadores — inclusive os de oposição — para enfrentar os impactos da medida americana.
O ministro foi enfático ao criticar setores da política brasileira que, segundo ele, atuam contra os interesses do país junto ao governo dos EUA. “Somos o único país do mundo que tem uma força política interna em Washington trabalhando contra o interesse nacional. Temos de botar o dedo nessa ferida de uma vez por todas”, disparou.
Haddad citou uma entrevista recente do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, na qual o parlamentar teria ameaçado o Congresso Nacional. Segundo o ministro, parte da oposição brasileira age deliberadamente para atrapalhar o país e enfraquecer sua economia.
“O país precisa se unir para defender a causa nacional e separar o que é economia do que é política”, afirmou, destacando que a situação exige maturidade institucional e foco no interesse coletivo.
A próxima etapa da negociação será uma reunião entre Fernando Haddad e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, agendada para o dia 13 de agosto. Caso haja avanços, o encontro poderá evoluir para uma reunião presencial.
“A depender da qualidade da conversa, ela poderá se desdobrar em uma reunião de trabalho presencial”, adiantou o ministro.
Haddad também defendeu que os países da América do Sul sejam tratados de forma equitativa pelo governo dos EUA. Para ele, a taxação — mesmo a inicial, de 10% — já seria inadequada, considerando o déficit comercial que os EUA mantêm com a região.
“O Brasil não pode ser tratado diferentemente do Paraguai, Uruguai, da Argentina, Bolívia. É um bloco econômico, assim como a União Europeia”, concluiu.
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Tags: Fernando Haddad, Lula, tarifa EUA, exportações brasileiras, Medida Provisória, economia brasileira, guerra comercial, crédito emergencial, compras governamentais, soberania nacional, oposição política, Eduardo Bolsonaro, Tesouro dos EUA, América do Sul, bloco econômico