

Loja em aeroporto do Panamá aceita pagamentos via Pix | Foto: Marcelo Brandão/Agência Brasil
03 de agosto de 2025 – O Pix, sistema de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central do Brasil em 2020, está rompendo fronteiras e ganhando espaço como forma preferencial de pagamento de turistas brasileiros no exterior. Mesmo sem ser um sistema oficialmente internacional, o Pix já é aceito em países como Argentina, Paraguai, Uruguai, Estados Unidos, França, Portugal, Chile, Panamá e Espanha, graças à intermediação de fintechs e plataformas multimoeda.

A dentista Tuanny Monteiro Noronha, de Brasília, relata que durante viagem de férias em julho com o marido ao Paraguai e Argentina, realizou praticamente todas as compras e pagamentos com Pix. Em Ciudad del Este, mais de 90% das lojas aceitavam o método. Já em Buenos Aires, restaurantes e estabelecimentos turísticos também ofereciam o pagamento por QR Code gerado na maquininha.
“É prático, instantâneo e seguro. Hoje em dia não compensa andar com dinheiro em espécie”, afirmou.
Em Paris, a jornalista Verônica Soares utilizou o Pix para converter reais em euros via plataforma digital. “Fiz tudo direto do celular. O processo é rápido e evita burocracia de casas de câmbio”, contou.
O modelo é viabilizado por fintechs brasileiras que firmam parcerias com adquirentes internacionais. O lojista digita o valor da compra em moeda local na maquininha, que gera um QR Code para pagamento via Pix. O valor é automaticamente convertido em reais com câmbio garantido e IOF embutido.
“O câmbio aparece no ato do pagamento, o que é mais vantajoso do que no cartão de crédito, onde o valor depende da cotação do fechamento da fatura”, explica Alex Hoffmann, CEO da PagBrasil.
A aceitação do Pix fora do país depende da atuação de prestadores de eFX, que intermediam a transação internacional — o consumidor faz um Pix nacional, e o agente faz a remessa em tempo real para o comerciante estrangeiro.
Com mais de 160 milhões de usuários, o Pix representa cerca de 50% das transações no Brasil. Sua popularidade levou empresas como a PagBrasil e a Verifone a anunciarem acordos para uso do Pix nos Estados Unidos, inclusive com conversão em tempo real de dólar para real, aproveitando os 2 milhões de brasileiros que devem visitar o país em 2025.
Em locais como Flórida e Nova York, a expectativa é que grandes redes varejistas e parques temáticos passem a adotar o Pix como forma de pagamento.
Mesmo com a recente decisão do governo Trump de investigar o Pix como prática “desleal”, especialistas acreditam que o sistema é imparável.
“O Pix é hoje o sistema de transações mais versátil do mundo. É transferência, QR Code, aproximação, pagamento recorrente, e em breve, parcelado. Nenhum outro sistema tem essa abrangência”, afirma Hoffmann.
Apesar de ainda não haver um Pix internacional oficial, o Banco Central estuda integrar o sistema à plataforma Nexus, do Banco de Compensações Internacionais, para viabilizar transferências globais de forma direta no futuro.
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