A Fiocruz Ceará está monitorando a resposta imunológica à vacina contra a Covid-19 em pessoas que receberam transplantes de órgãos sólidos, como rim, fígado, pâncreas, pulmão e coração. A participação na pesquisa é gratuita, basta que os interessados preencham o formulário do inquérito sorológico e aguardem o agendamento para a coleta dos exames.
Dados da Secretaria de Saúde mostram que no Ceará, mais de 3 mil pacientes transplantados de órgãos já receberam uma ou duas doses da vacina contra a Covid-19. São pessoas, que devido à condição clínica, precisam tomar remédios imunossupressores para ajudar o corpo a se adaptar ao novo órgão recebido. No entanto, os medicamentos também inibem a resposta imunológica, o que contribui para que as taxas de conversão e os níveis de anticorpos após a vacinação, principalmente de imunoglobulinas do tipo G (IgG), sejam muito baixas, a tal ponto de oferecer proteção insuficiente nesses indivíduos.
De acordo com o especialista Fábio Miyajima, pesquisador da Fiocruz Ceará, estudos realizados por centros no Exterior e em outros Estados do Brasil, indicam claramente que pacientes transplantados com o esquema vacinal completo, ou seja, que tomaram as duas doses da vacina anti-SARS-CoV-2, apresentaram além de taxas inferiores de conversão (detecção de IgG), níveis de anticorpos específicos contra a Covid-19 bem menores, o que em geral é interpretado como um indicativo do nível de proteção à doença.
“São pacientes que precisarão de uma terceira dose adicional, pois possuem maior dificuldade em desenvolver uma resposta imune eficiente, e que por serem considerados grupo de risco, estamos promovendo esta iniciativa para que possamos monitorar periodicamente a resposta imunológica e estudarmos melhor o perfil dessas pessoas”, explica Miyajima.
Assista ao depoimento do especialista Fábio Miyajima, no link abaixo:
A professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Tainá Sandes, chefe do setor de pesquisa e inovação tecnológica do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), e coordenadora clínica da campanha, enfatiza que “receptores de transplantes possuem um risco mais elevado de apresentar complicações associadas à COVID-19. Segundo alguns estudos já publicados, cerca de 7-8 vezes maior que a população em geral, por isso o monitoramento imunológico e a investigação mais detalhada desses pacientes deve ser tratados como prioridade”.
A campanha também será importante para a atualização do cadastro eletrônico dessas pessoas junto à Central de Transplantes, e aos centros transplantadores da rede de saúde do estado do Ceará. Os participantes do estudo tem canais de comunicação direta com os cientistas, por e-mail, telefone e WhatsApp para qualquer tipo de esclarecimento. Em casos de pacientes que residam em Fortaleza, Eusébio e demais municípios da Região Metropolitana, e que tenham extrema dificuldade de locomoção, a Fiocruz Ceará estuda a logística para a coleta domiciliar.
O inquérito sorológico é feito em parceria com a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e a Gerência de Ensino e Pesquisa do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará (UFC), cruzando dados referentes à resposta do sistema imunológico destes pacientes em comparação com a população em geral.
Pessoas não transplantadas já vacinadas também podem participar voluntariamente do estudo, com coletas de exames realizadas pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce).
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Campanha para cadastro na pesquisa de pacientes transplantados que receberam uma ou duas doses da vacina contra a covid-19 (CLIQUE AQUI para preencher o formulário)
E-mail: monitora.vacinacovid.tx@gmail.com
Telefone: (85) 9 9945-1957
WhatsApp: (85) 9945-1957
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