Insones, depressivas, com transtorno obsessivo compulsivo ou síndrome de “burnout”, anestesiadas por ansiolíticos, esgotadas de uma luta desigual e covarde, mulheres se encontram e se sustentam nas páginas dessa narrativa poética, numa polifonia de vozes que reivindicam justiça, no livro da autora, finalista do Prêmio Jabuti em 2018
A escritora cearense Iris Cavalcante lança na quinta-feira, 9 de janeiro, às 18h, na Biblioteca Pública do Estado do Ceará (Bece), o livro “Estrangeira na casa que habito”. A atividade de lançamento terá mediação da escritora e jornalista Lilian Martins e conta com entrada franca e convite à participação do público, em perguntas e comentários, interagindo com a autora. O livro é decorrente de projeto aprovado no Edital das Artes Secultfor e desenvolvido com recursos da Lei Complementar 195/2022 (Lei Paulo Gustavo). O lançamento será uma das primeiras atividades do calendário literário no Ceará, em 2025.
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“Estrangeira na casa que habito” é um livro de poemas com temática feminina, que transporta o(a) leitor(a) com lirismo e questionamentos para o universo feminino e, dessa forma, habita o imaginário de muitas mulheres.
No livro, esse tema perpassa por instituições de forte teor masculino e opressivo, como o Estado, a sociedade, o matrimônio e a própria casa, um substantivo feminino que também agrega elementos do machismo arcaico. A casa está sempre presente. E a personagem que a habita é uma estrangeira.
As personagens que transitam no livro sofrem o quinhão das desventuras causadas pelo patriarcado. Mistérios, opressões, loucuras, tragédias, maternidade, nascimentos e renascimentos, mutilações e mortes rondam as mulheres do livro.
Dona Genara, Zizi, Sebastiana, Sinhá, Consoada, Caetana, Elisa, Dolores. Dona Florípedes, Rachel, Lygia, Clarice, Hilda, Adília, Ofélia, Maria, Senhorinha. Andrea, nome próprio feminino que pode significar a casa que muitos perderam. Avós, mães, filhas, amantes, mulheres de outros séculos ou deste século.
Insones, depressivas, com transtorno obsessivo compulsivo ou síndrome de “burnout”, anestesiadas por ansiolíticos, esgotadas de uma luta desigual e covarde se encontram e se sustentam nas páginas dessa narrativa poética, numa polifonia de vozes que reivindicam justiça, um lugar no mundo e a liberdade de dizer, ainda que seja nos meandros do infinito, na vida após a vida.
Íris Cavalcante, escritora cearense nascida em Baturité, é especialista em Escrita Literária. Estreou na literatura em 2003 com publicações independentes. Em 2018 foi finalista do Prêmio Jabuti na categoria poesia.
Em 2021, lançou o romance “Por quem elas se curvam”, organizou a antologia “Crônicas de uma Fortaleza obscena”, reunindo textos de autores de Brasil, Portugal, Alemanha e Itália.
Estreou no gênero crônicas com o livro “De olhos vendados”, editado pelo Instituto de Estudos e Pesquisas sobre o Desenvolvimento do Estado do Ceará – Inesp. Em 2022, lançou o livro de poesia “Se te pareço noturna” e esteve entre os dez autores contemplados no Prêmio Ideal Clube de Literatura.
Lançamento do livro “Estrangeira na casa que habito”, de Iris Cavalcante
Data: Quinta-feira, 9 de janeiro
Hora: 18h
Local: Biblioteca Pública do Estado do Ceará (Bece)
Endereço: Av. Pres. Castelo Branco, 255
Entrada franca | Bate-papo entre a autora, a mediadora Lilian Martins e o público
Informações: (85) 999733054 e Instagram @iris_cavali
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