

CV domina confrontos entre facções atua em 10 estados | Foto: divulgação
09 de novembro de 2025 — A guerra pelo controle do tráfico de drogas na Amazônia se intensificou nos últimos anos, especialmente após o avanço do Comando Vermelho (CV) sobre territórios antes dominados pela Família do Norte (FDN), facção que chegou a ser considerada a terceira maior do país pela Polícia Federal.
A expansão do CV abriu caminho para uma disputa silenciosa com o Primeiro Comando da Capital (PCC), que tenta dominar as rotas internacionais de entorpecentes que passam pela tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru.
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A FDN perdeu força após massacres, prisões e divisões internas. Estudos apontam que a ofensiva do CV desestruturou a antiga facção e alterou o equilíbrio do crime organizado na região. Criada entre 2006 e 2007, a FDN surgiu como uma aliança entre traficantes do Amazonas e chegou a rivalizar com o PCC em número de integrantes e poder de fogo.
Com a perda de influência, a FDN se aliou ao Comando Vermelho para conter o avanço paulista. No entanto, essa parceria desencadeou rebeliões sangrentas em presídios, como o massacre do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), que resultou em dezenas de mortes e marcou a ruptura definitiva entre as facções.
Após o fim da FDN, o CV consolidou o controle do tráfico no Amazonas, especialmente na rota fluvial do rio Solimões, usada para transportar drogas da Colômbia ao Rio de Janeiro. A partir daí, iniciou-se uma disputa com o PCC, que tenta expandir sua influência na Amazônia.
Segundo o historiador Joel Paviotti, o CV diversificou suas atividades ilícitas, atuando também no garimpo ilegal, extração de madeira, grilagem de terras e tráfico de animais silvestres. Essa nova frente de atuação, chamada de “narcogarimpo”, serve como forma de lavagem de dinheiro com commodities ambientais e pecuária.
Relatórios da Polícia Federal apontam que as facções vêm cooptando ribeirinhos e indígenas em comunidades vulneráveis, ampliando sua presença em áreas isoladas da Amazônia.
De acordo com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o Comando Vermelho participa hoje de todos os confrontos entre facções no país, atuando em pelo menos dez estados. A expansão teve início em 2013 e se consolidou em 2024, tornando-se um dos maiores desafios à segurança nacional.
O grupo também mantém conexões históricas com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e com o traficante Fernandinho Beira-Mar, que teria sido o elo entre o narcotráfico brasileiro e os laboratórios colombianos de refino de cocaína.
Com a Amazônia se tornando rota estratégica do tráfico internacional, o avanço das facções preocupa autoridades brasileiras e estrangeiras. O Atlas da Violência 2024 apontou que, apenas em 2023, a região registrou mais de 8 mil mortes violentas, um índice 41,5% superior à média nacional.
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