Pelo menos três pessoas morreram e quatro estão desaparecidas após o naufrágio de uma chalana que virou com 21 pessoas a bordo, no Rio Paraguai, próximo à cidade de Corumbá, durante o temporal que atingiu o Estado do Mato Grosso do Sul, nessa sexta-feira (15/10). O Corpo de Bombeiros do Mato Grosso do Sul (CBMMS) localizou o corpo de uma vítima ainda na sexta-feira. A pessoa estava submersa e sem sinais de vida.
As buscas foram retomadas no começo da manhã deste sábado (16/10) e os corpos de outras duas pessoas foram encontrados. Todos as vítimas são homens. Dois corpos tiveram a identidade confirmadas: são Fernando Gomes e Geraldo Alves, ambos da cidade de Rio Verde, no Estado de Goiás.
Mergulhadores seguem com as buscas para localizar outras quatro pessoas desaparecidas. A equipe de resgate está sendo reforçada com o envio de mais militares especializados nesse tipo de ação. As buscas são realizadas em conjunto com a Marinha do Brasil.
14 pessoas foram resgatadas por um barco do Exército, que passava pelo local. Parte dos sobreviventes ficou à espera de socorro em cima do casco da embarcação. Veja as imagens feitas momentos após o naufrágio:
Segundo a Marinha do Brasil, a primeira informação sobre o naufrágio no rio Paraguai, na região do Pantanal do Mato Grosso do Sul, chegou às 14h da sexta-feira (15/10). A embarcação de Esporte e Recreio, batizada com o nome de Carcará, era ocupada por turistas do Estado de Goiás. A Marinha também informou que foram registrados ventos de 45 km/h no local da ocorrência, na região do Tagiloma, distante 5 km do Porto Geral de Corumbá.
“A equipe de Busca e Salvamento da Marinha do Brasil encontra-se no local juntamente com a equipe do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul realizando as buscas”, informou.
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O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, disse ter presenciado cenas inéditas, em cinco anos de administração, após o temporal que atingiu a capital do Estado do Mato Grosso do Sul, nessa sexta-feira (15/10). “Em 5 anos não, em 100 anos”, corrige ele, atribuindo a informação à Defesa Civil do Município.
“Nunca vi isso, nem nada parecido. Tem árvores cortadas no meio. Li relatos de pessoas sobre vidros de prédios na Via Parque que se estilhaçaram por causa da força do vento”, contou.
O prefeito Marquinhos Trad passou a sexta-feira coletando informações sobre a tempestade de areia, com ventos de quase 100 km/h. “Por volta de 15 horas, o vento era de 54 km horas. Às 15h25, já era 95,5 km por hora. Foi assustador. Nunca a rede elétrica foi tão comprometida”, comentou.
Segundo ele, imediatamente, 16 equipes saíram às ruas para iniciar os reparos. “Equipes de Obras (secretaria), Agetran… todo mundo trabalhando”, avisou.
Ainda sem números oficiais sobre os estragos, o prefeito diz que a estrutura urbana da cidade resistiu aos impactos, sem alagamentos ou asfalto rompido. Já a arborização sofreu o maior impacto. Foram 154 quedas registradas. O vendaval também destelhou casas, destruiu carros e danificou comércios em todas as regiões de Campo Grande.
Para o prefeito, não faltou aviso ou tentativas de minimizar esse tipo de problema. “A cidade tem muitas árvores condenadas, que já tentamos cortar, mas o Ministério Público não deixa”, reclama.
Ele lembra que hoje, a Capital tem mais de 270 mil árvores para 916 mil habitantes. Mas apesar do orgulho da cidade famosa pelo verde, Marquinhos defende a derrubada em alguns pontos da cidade. “Você anda pela Afonso Pena e vê árvores com escoras, com seringas de tratamento. Tem muitas condenadas, que as pessoas querem que fiquem em pé porque são históricas, mas não têm condição”, justifica.
O flagrante da queda de uma árvore, que por muito pouco não atingiu um carro que passava por uma das avenidas mais movimentadas de Campo Grande, foi registrado por uma motorista. Moradores da cidade também postaram imagens impressionantes da tempestade de areia invadindo a capital e de uma mulher que estava sendo arrastada pela ventania. Veja o vídeo abaixo:
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