

Cocaína negra apreendida em operação no Amazonas desafia sistemas de detecção | Foto: reprodução
17 de novembro de 2025 Uma operação do Departamento de Investigação sobre Entorpecentes (Denarc) resultou na apreensão de cerca de 40 quilos de uma variação sofisticada da droga conhecida como “cocaína negra”, em Manaus (AM). Considerada indetectável por cães farejadores e testes rápidos, a substância foi localizada dentro de fundos falsos de móveis e quadros em uma mansão de luxo no bairro Ponta Negra.
A residência, que possuía campo de futebol e heliporto, funcionaria como base para armazenar e distribuir drogas. Segundo o delegado Rodrigo Torres, diretor do Denarc, o local era “acima de qualquer suspeita”.
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Na primeira abordagem, em 17 de outubro, os policiais encontraram 16 quilos de cocaína branca e um caderno com anotações do tráfico indicando “40 quilos dentro de cadeiras e quadros”. A equipe retornou ao imóvel com cães farejadores, mas os animais não identificaram o entorpecente.
A perita criminal Midori Hiraoka explicou que a droga sofre uma modificação química, recebendo carvão ativado e corantes — entre eles, toner — que formam um complexo capaz de bloquear a reação que revelaria cocaína no teste preliminar e ainda mascarar o odor, tornando-a praticamente invisível às técnicas de detecção usuais.
Testes laboratoriais comprovaram que se tratava de cocaína. De acordo com o delegado-geral Bruno Fraga, essa engenharia criminosa eleva em até 10 vezes o valor do entorpecente, que teria como rota final a Austrália, após ter vindo do Peru.
A droga teria entrado no Amazonas pela chamada Rota do Solimões, caminho que atravessa a Amazônia desde a tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. A região é marcada pelos mais de 7 mil quilômetros de rios navegáveis e áreas remotas, acessíveis apenas por helicóptero ou embarcações. Segundo a Secretaria de Segurança, 43,2 toneladas de drogas foram apreendidas em 2024, número recorde, e em 2025 o volume já passa de 39 toneladas.
No imóvel, foram presos os caseiros German Alonso Pires Rodrigues e Jeyme Farias Batalha, ambos peruanos. A proprietária da mansão, também peruana, Liege Aurora Pinto da Cruz, de 74 anos, estava fora do país no momento da ação. Sua defesa informou que ela se colocou à disposição para colaborar e que frequentava a casa apenas nos fins de semana.
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