A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal realizam, nesta quinta-feira (24/03), as operações Retis e Spiderweb, contra dois grupos criminosos investigados por tráfico de cocaína da América do Sul para a Europa.
As investigações apuraram que os traficantes se utilizavam de métodos variados para enviar a droga para países europeus por meio do Porto de Paranaguá, no Paraná. Eles, inclusive, usavam mergulhadores para esconder a cocaína em compartimento submerso dos navios.
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Os criminosos também ocultavam a droga em contêineres, sem conhecimento do exportador, colocando-a no maquinário do refrigerador e no interior de cargas lícitas de madeira, suco de laranja, açúcar, entre outras.
Os policiais federais estão cumprindo 17 mandados de prisão e 86 de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados. As ações estão sendo realizadas nos estados do Paraná, de Santa Catarina e São Paulo.
A Justiça determinou ainda medidas patrimoniais de sequestro de imóveis, bloqueio de bens e valores existentes nas contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados, que totalizam um valor estimado de aproximadamente R$ 55 milhões.
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No decorrer das investigações, que iniciaram em 2019, foram realizadas 80 apreensões no Brasil e no exterior que totalizam, aproximadamente, 21 toneladas de cocaína.
Durante os trabalhos, foram realizados dois procedimentos de entrega controlada em conjunto com a França, que proporcionaram às autoridades daquele país a oportunidade de acompanhar o recebimento da cocaína em solo europeu, com a identificação do grupo criminoso responsável pela retirada da droga (“RIP OFF”) no Porto de Le Havre, resultando na prisão dos envolvidos e apreensão de pistolas e fuzis, além da droga remetida.
Apurou-se, também, que as organizações criminosas investigadas possuem vínculo direto com a máfia italiana, especificamente com uma organização mafiosa constituída na região da Calábria, que contrata a logística executada pelos investigados em Paranaguá para enviar os carregamentos de cocaína até os portos da Europa, em especial o porto italiano situado na região na qual detém predomínio nas ações criminosas.
As organizações criminosas alvos da operação de hoje também se caracterizam pela extrema violência empregada em suas ações, havendo a constatação do envolvimento de seus integrantes em homicídios, inclusive o líder de um destes grupos foi executado a tiros.
O trabalho é um desdobramento da Operação Enterprise, deflagrada pela Polícia Federal no dia 23 de novembro de 2020 em diversos Estados da Federação e no exterior para combater um conglomerado de organizações criminosas vocacionadas ao crime de tráfico internacional de drogas. A investigação deflagrada hoje recai sobre membros operacionais que atuam, em especial, no depósito, transporte e inserção de cocaína nos contêineres e “sea chest” de navios com destino à Europa.
Os investigados na operação deflagrada hoje responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas, com penas que podem chegar até 25 anos de reclusão para cada ação perpetrada, bem como pelos crimes de pertinência a organização criminosa e associação para fins de tráfico, que podem chegar a 24 anos de reclusão.
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