A endometriose é uma doença relacionada ao endométrio, o tecido que reveste a parte interna do útero. Em condições normais, o Dr. Alexandre Rossi, médico ginecologista e obstetra, responsável pelo ambulatório de Ginecologia Geral do Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros e médico colaborador de Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP, explica que os hormônios femininos promovem a multiplicação das células do endométrio, que servirão de suporte para uma eventual gestação, oferecendo as condições necessárias em caso de implantação do embrião, formando a placenta.
“Caso a gestação não aconteça, o tecido descama e é expelido pelo organismo em forma de fluxo menstrual. Começa, então, um novo ciclo”.
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No caso da endometriose, o endométrio passa a se desenvolver fora do útero, nas cavidades pélvica ou abdominal, ou ainda acometendo órgãos como trompas, ovários, intestinos ou bexiga.
“Este tecido passa a ser estimulado mensalmente, da mesma maneira que aconteceria na região interna do útero, pelos hormônios femininos. Assim, mensalmente, se espessam e sangram, podendo infiltrar e provocar aderências entre as estruturas vizinhas, prejudicando a função dos órgãos acometidos e causando dor pélvica crônica”, afirma o especialista.
Com o passar do tempo, a inflamação e as aderências geradas pela endometriose podem trazer diversas complicações, entre elas a infertilidade.
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A endometriose pode acometer as pacientes de diferentes formas, em diferentes regiões do corpo. Por este motivo, os sintomas podem variar e geralmente apresentam piora durante o período menstrual.
“É muito importante relatar ao médico caso haja, durante o período menstrual, sintomas como dor em cãibra, choque ou queimação com irradiação para a região glútea ou para as pernas, sensação de forte desejo evacuatório ou urinário, mesmo na ausência de urina ou fezes na bexiga e no reto, sensação de perda urinária iminente, mesmo com pequenas quantidades de urina na bexiga, dor ou desconforto para evacuar, incontinência urinária e anal e dificuldade de se locomover”, orienta o Dr. Alexandre.
Estes sintomas sugerem que a endometriose possa estar atingindo nervos, necessitando investigação. Após avaliação clínica, podem ser indicados exames, como ressonância magnética e ultrassonografia transvaginal.
Confirmada a endometriose, segundo o Dr. Alexandre, as orientações dependerão da localização, dos sintomas e do estado geral de saúde da paciente. Na grande maioria dos casos, o tratamento será clínico, com o intuito de aliviar os sintomas e oferecer mais qualidade de vida à paciente.
“Em alguns casos, o tratamento cirúrgico poderá ser indicado. Neste caso, avaliaremos o método a ser utilizado, de forma a preservar nervos e demais órgãos envolvidos”, conclui.
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