

Hugo Motta tem sido pressionado por oposicionistas para colocar a proposta em votação | Foto: Ton Molina/FotoArena/Estadão Conteúdo
06 de setembro de 2025 – O projeto de anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro continua travado no Congresso Nacional, apesar da pressão crescente da oposição. O tema se tornou a principal bandeira da base bolsonarista, mas encontra resistência nos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que adotam postura cautelosa antes de pautar o texto.
Hugo Motta tem sido pressionado por oposicionistas para colocar a proposta em votação, mas especialistas avaliam que ele aguarda o desfecho do julgamento da Trama Golpista no STF, que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados.
Segundo o cientista político Murilo Medeiros, Motta tenta equilibrar-se entre governo e oposição para não se desgastar com nenhum setor. Além disso, avalia os impactos em sua carreira política, já que busca reeleição com apoio da base de Lula na Paraíba, mas também precisa manter diálogo com setores conservadores.
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Já no Senado, Alcolumbre tem defendido uma proposta mais restrita, que não contemple Bolsonaro. O texto discutido entre senadores prevê redução parcial de penas para golpistas, mas sem perdão amplo.
Para o cientista político Rodrigo Prando, Alcolumbre tem mais força política para resistir à pressão bolsonarista e articula uma “anistia light”, mais alinhada ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A pauta da anistia também é vista como estratégia eleitoral. Bolsonaro segue inelegível após decisão do TSE, mas sua defesa da anistia reacende esperanças no eleitorado bolsonarista. Nesse cenário, nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) tentam capitalizar o debate, mesmo enfrentando críticas de aliados do ex-presidente, como Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Pesquisas indicam que a maioria da população rejeita a proposta de anistia. Levantamento da Genial/Quaest mostra que 56% dos brasileiros são contrários ao perdão para envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
A impopularidade da medida é mais um desafio para os presidentes da Câmara e do Senado, que tentam evitar desgastes políticos em meio à pressão de suas bases e à repercussão social do tema.
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Tags: anistia Congresso, Hugo Motta, Davi Alcolumbre, Jair Bolsonaro, STF, Câmara dos Deputados, Senado Federal, oposição bolsonarista, atos golpistas 8 de janeiro, eleições 2026, política brasileira