A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (3/2), em conjunto com o GAECO/MPF, a Operação Valeta, terceira fase da Operação Kryptos, com objetivo de desarticular organização criminosa responsável por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas.
Cerca de 20 policiais federais deram cumprimento a um mandado de prisão preventiva e a cinco mandados de busca e apreensão, nos estados do Mato Grosso do Sul/MS e São Paulo/SP. Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e decorreram de um esforço conjunto entre a Polícia Federal e Ministério Público Federal.
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De acordo com a investigação, uma advogada responsável pela administração de duas empresas sediadas em Campo Grande/MS desenvolvia o papel de intermediar a movimentação financeira entre a principal empresa investigada na Kryptos e empresas estabelecidas no exterior.
Conforme foi apurado, a conduta da investigada possibilitou a continuidade das atividades ilícitas desenvolvidas pela referida empresa, mesmo após a deflagração da primeira fase da operação. Também foi constatado que essa atividade de intermediação das movimentações financeiras ilícitas se intensificou após a deflagração da citada operação, em agosto de 2021.
Apurou-se que esse braço da organização criminosa investigada também foi o responsável pela criação de uma corretora de criptoativos, concebida possivelmente com o intuito de obstar a ação de bloqueio e posterior confisco dos valores movimentados pelo esquema criminoso, por parte dos órgãos da persecução penal.
Os investigados poderão responder pela prática dos crimes de emissão ilegal de valores mobiliários sem registro prévio, organização criminosa e lavagem de capitais. Se condenados, poderão cumprir pena de até 22 anos de reclusão.
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O alvo principal da Operação Kryptos era o dono da GAS Consultoria, Glaidson Acácio dos Santos, preso no dia 13 de outubro de 2021 quando trafegava em um carro de luxo na Rodovia Castelo Branco, em Araçariguama, São Paulo.
A ação, lançada em agosto de 2021, atuou para desmantelar um grupo acusado de fraudes com criptomoedas, por meio da prática de pirâmide financeira, esquema em que não há lucro nos investimentos, mas nos aportes feitos pelos novos associados.
Glaidson Acácio dos Santos (GAS) é acusado de montar todo o esquema. Ele responde por crimes contra o sistema financeiro nacional e organização criminosa.
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Segundo a Receita Federal, o esquema era gerido a partir de uma empresa na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, que atuava como um fundo de investimentos. A companhia prometia, de acordo com as investigações, rendimentos fixos, que não eram sustentáveis no mercado de risco das criptomoedas. Assim, os lucros eram, na verdade, repasses do dinheiro dos novos clientes, que dependia do fluxo de novos associados para continuar funcionando.
Na operação do Ministério Público e da Receita Federal, a PF reteve 591 bitcoins, que na época rendiam aproximadamente R$ 150 milhões e 21 carros de luxo.
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