Ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal acompanham voto de Alexandre de Moraes, que considera indícios de crimes graves no caso | Foto: Lula Marques/Agência Brasil
O voto do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi determinante para que a Primeira Turma da Corte tornasse réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete acusados no núcleo central da denúncia sobre a tentativa de golpe para impedir o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Por unanimidade, os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin acompanharam o voto de Moraes, relator do caso, que afirmou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou provas suficientes para acusar o ex-presidente e seus aliados de crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Alexandre de Moraes concordou com os argumentos da PGR e indicou que Bolsonaro e os demais acusados formaram o núcleo crucial da trama golpista, sendo responsáveis pelas principais decisões e ações de impacto social no golpe. Segundo as acusações, Bolsonaro liderou uma organização criminosa com um “projeto de poder” enraizado no Estado e com forte influência dos militares.
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A acusação também alega que Bolsonaro tinha conhecimento de um plano golpista intitulado “Punhal Verde Amarelo”, que incluía ações violentas contra o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Além disso, o ex-presidente estava ciente de uma minuta de decreto para a execução de um golpe de Estado, que foi encontrada durante investigações na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
O ministro também destacou que, a partir de 2021, Bolsonaro disseminou notícias falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro por meio de transmissões ao vivo nas redes sociais, usando o “gabinete do ódio” para criar desinformação sobre as urnas eletrônicas, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o STF. O ex-presidente também foi acusado de tentar pressionar o TSE a investigar fraudes nas urnas, mesmo após a conclusão de que não havia qualquer irregularidade.
Os sete acusados que, junto com Bolsonaro, foram tornados réus no processo são:
Após ser tornado réu, Bolsonaro deu uma entrevista coletiva em que negou as acusações e voltou a afirmar, sem provas, que as urnas eletrônicas não são seguras. O ex-presidente também criticou o ministro Alexandre de Moraes e se declarou um “perseguido político”.
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