

Trump sanciona petrolíferas russas e cobra cessar-fogo imediato na Ucrânia | Foto: REUTERS/Kevin Lamarque
22 de outubro de 2025 — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (22) as primeiras sanções de seu segundo mandato contra a Rússia, em resposta à continuidade da guerra contra a Ucrânia. As medidas atingem as duas maiores companhias petrolíferas do país, Lukoil e Rosneft, e marcam uma nova fase nas relações entre Washington e Moscou.
De acordo com o Departamento do Tesouro norte-americano, as sanções determinam o bloqueio de bens e a proibição de transações financeiras das empresas e suas subsidiárias nos Estados Unidos. O governo americano também alertou sobre o risco de “sanções secundárias” a países e empresas que mantiverem relações comerciais com as petrolíferas russas.
O Tesouro afirmou em comunicado que “todos os bens e interesses” das empresas em território americano estão bloqueados e devem ser informados ao Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC).
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No mesmo dia, a União Europeia aprovou o 19º pacote de sanções contra o governo de Vladimir Putin, incluindo a proibição de importações de gás natural liquefeito russo. O Reino Unido também sancionou recentemente as petrolíferas Lukoil e Rosneft, em alinhamento com os aliados ocidentais.
“O Tesouro está sancionando as duas maiores empresas de petróleo da Rússia, que financiam a máquina de guerra do Kremlin”, afirmou o secretário do Tesouro, Scott Bessent, pedindo a adesão de outros países às medidas. Após o anúncio, o preço do barril de petróleo Brent subiu mais de US$ 2, chegando a cerca de US$ 64.
As novas sanções marcam uma guinada na política externa de Donald Trump, que até então havia evitado punir diretamente Moscou. O republicano vinha adotando medidas comerciais, como tarifas adicionais sobre países que compram petróleo russo com desconto, a exemplo da Índia.
Trump afirmou que cancelou uma cúpula com Vladimir Putin que seria realizada na Hungria, por considerar que o momento “não era apropriado”. Ele também disse esperar que as sanções não precisem durar muito tempo, defendendo o rápido restabelecimento de negociações de paz.
No passado, o presidente já havia declarado preocupação com os impactos de sanções prolongadas sobre a estabilidade do dólar nas transações internacionais. A Rússia, por sua vez, tem buscado ampliar o uso de moedas alternativas em suas exportações de energia.
Para Edward Fishman, ex-funcionário do Departamento de Estado e pesquisador da Universidade de Columbia, as sanções representam um passo importante, mas que “não pode ser uma ação isolada”. Segundo ele, o próximo desafio será decidir se os EUA irão punir empresas de outros países que mantenham negócios com a Lukoil e a Rosneft.
O analista Jeremy Paner, ex-investigador do Tesouro, observou que a ausência de bancos e compradores de petróleo da China e da Índia nas sanções limita o impacto imediato sobre o Kremlin.
Por outro lado, autoridades ucranianas celebraram o anúncio como “uma ótima notícia”, reforçando que as duas empresas já estavam entre os alvos sugeridos por Kiev em propostas anteriores.
As sanções incluem ainda dezenas de subsidiárias das petrolíferas e proíbem cidadãos e empresas norte-americanas de realizar qualquer transação com elas. Moscou ainda não se pronunciou oficialmente sobre o novo pacote de restrições.
A proibição de gás natural liquefeito (GNL) da União Europeia entrará em vigor em duas etapas: contratos de curto prazo serão encerrados em seis meses, e os de longo prazo, até 1º de janeiro de 2027. O novo pacote também amplia restrições de viagem a diplomatas russos e adiciona 117 navios à lista de “frota sombra” da Rússia, que agora soma 558 embarcações.
Fontes diplomáticas revelaram ainda que quatro entidades chinesas ligadas à indústria de petróleo serão incluídas nas próximas sanções europeias. Entre elas estão refinarias e empresas de comércio que ajudariam Moscou a contornar as restrições impostas pelo Ocidente.
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