O Memorando de Entendimento entre o Governo do Ceará e a Neoenergia, foi assinado, nesta segunda-feira (20/9), pelo governador Camilo Santana e pelo representante da empresa, que é controlada pelo grupo espanhol Iberdrola, David Benavent del Prado. O acordo prevê a implantação do “Corredor Verde”, o primeiro projeto de mobilidade urbana com utilização de veículos para transporte público movidos à hidrogênio verde.
O projeto piloto será feito em Fortaleza. A meta é chegar a 18 pontos de abastecimento de energia limpa, com a utilização de Ônibus fuel cell. Depois o projeto será ampliado para 70 municípios, sendo seis Capitais nordestinas, atendendo um total de 66% dos Estados do Nordeste para beneficiar até 37 milhões de pessoas.
“Hidrogênio verde é a energia do futuro, e esse projeto da Neoenergia é uma ideia pioneira, movida a hidrogênio verde, e faz parte da construção mundial das energias renováveis, e que faremos parte da descarbonização do planeta. É uma condição que não tem mais volta. Eles (Iberdrola) já estão construindo a sua usina de hidrogênio verde lá na Espanha, e por isso estamos assinando agora o memorando, muito felizes por essa iniciativa aqui no Ceará, e colocamos aqui toda a equipe do governo à disposição para poder construir esse projeto”, explicou Camilo Santana.
A Neoenergia é uma empresa integrada de energia que atua nos quatro segmentos do setor elétrico: geração, transmissão, distribuição e comercialização. A ideia é buscar reduzir a emissão de poluentes com novos investimentos e ampliar as oportunidades de negócios e geração de empregos no Ceará, para assim impulsionar a economia do Estado. O hidrogênio verde (H2V) é produzido através de fontes renováveis e é atualmente considerado o pilar da transformação energética mundial por poder ser obtido através da eletrólise da água, uma fonte livre de carbono.
“Quero agradecer ao Governo do Ceará pela oportunidade de fazer esse projeto piloto, saímos dessa reunião empolgados com a expectativa de futuro. Juntos, Neoenergia e Ceará, demos o primeiro passo para sair do papel e converter em realidade a utilização do hidrogênio verde”, ressaltou David Benavent del Prado, representante da Neoenergia.
Camilo detalhou que o Estado busca reduzir a emissão de poluentes com novos investimentos, além de ampliar as oportunidades de negócios e geração de empregos no Ceará, para assim impulsionar a economia do Estado. “Nós criamos um grupo de trabalho com o HUB do Hidrogênio Verde no Ceará, por isso partimos na frente desse processo, e o hidrogênio verde é estratégia de Estado para o Ceará”, afirmou o governador do Ceará.
Estiveram presentes à solenidade os secretários de Estado, Maia Júnior (Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Estado do Ceará – Sedet), Lúcio Gomes (Infraestrutura), Fernanda Pacobahyba (Sefaz), Eliana Estrela (Educação – Seduc), Artur Bruno (meio ambiente – Sema), Francisco Teixeira (Recursos Hídricos), Inácio Arruda (Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior – Secitece), além de Roseane Medeiros, secretária executiva da Sedet, do presidente do Complexo do Pecém, Danilo Serpa, e o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante.
Em fevereiro deste ano, o Governo do Ceará já havia criado o HUB de Hidrogênio Verde no Estado, numa ação em parceria com Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Universidade Federal do Ceará (UFC) e Complexo do Pecém (CIPP S/A). E de lá para cá, o Ceará já assinou quatro memorandos de cooperação – com as empresas Enegix, White Martins, Quair e Fortscue – todos com o objetivo de produzir hidrogênio verde, e assim transformar o Ceará na maior referência de energia limpa no Brasil e do Mundo.
Fortescue Future Industries Pty Lts (FFI): Com investimento de U$ 6 bilhões, a usina de hidrogênio verde será instalada no Complexo do Pecém com expectativa de gerar 2.500 postos de trabalho durante a sua instalação, e cerca de 800 empregos quando a empresa estiver em operação, a partir de 2025.
Qair Brasil: já desenvolve planta de produção de hidrogênio verde com energia elétrica gerada através do Complexo Eólico Marítimo Dragão do Mar e de um parque de energia eólica offshore (dentro do mar). O investimento total previsto é de US$ 6,95 bilhões, com geração de 2 mil empregos durante a construção das plantas, e 600 empregos diretos quando da plena operação dos projetos. Com isso, a empresa multinacional com sede no Ceará está envolvida no projeto que, a partir de 2023, produzirá, armazenará, transportará e comercializará o hidrogênio verde.
Enegix: Tem como missão facilitar a mudança das sociedades através do hidrogênio verde, permitindo energia renovável e estável e conectividade da infraestrutura central com serviços públicos e comunidade. Sua visão é ser o líder global em geração de energia verde, identificando e garantindo fontes de energias renováveis de grande escala e econômicas. O Memorando de Entendimento prevê um investimento no Cearpa de U$ 5,4 bilhões de dólares.
White Martins: assinou um Memorando de Entendimento com o Complexo do Pecém este mês para oficializar seu interesse em participar do HUB de Hidrogênio Verde. A parceria pretende estabelecer e desenvolver as potencialidades da produção local, voltada prioritariamente à exportação para a Europa. Com a assinatura do MoU, o Complexo do Pecém prestará o suporte para mapear novas oportunidades de negócios para a produção e o fornecimento de Hidrogênio pela Verde pela White Martins.
Já em 1º de setembro último, a EDP do Brasil assinou com o Governo do Ceará a garantia de instalar o projeto piloto para implantação de uma usina de hidrogênio verde no Pecém, a primeira do Ceará, com capacidade de produção de 250 Nm3/h de gás. Sua operação deve ser iniciada já em dezembro de 2022, atraindo um total de R$ 41,9 milhões de investimento.
O Estado do Ceará oferece alto potencial para energia eólica onshore (94 GW) e offshore (117 GW), alto potencial para energia solar (643 GW) e complementaridade diária solar + eólica = 50%/50%, uma condição ideal para a operação de eletrolisadores. Além disso, conta com mão de obra qualificada, com rede de ensino médio e superior apta a atender a demanda da nova cadeia produtiva e também condições fiscais e administrativas confiáveis, através do benefício fiscal concedido pelo PIER (Programa de Incentivos à Cadeia Produtiva de Energias Renováveis).
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