Os irmãos Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, e Oseney da Costa de Oliveira, o Dos Santos, foram presos durante investigações sobre desaparecimento de Bruno Araújo Pereira e Dom Phillips | Foto: SR/PF/AM
O superintendente da Polícia Federal (PF) no Amazonas, Eduardo Alexandre Fontes, confirmou que foram encontrados “remanescentes humanos” durante as buscas pelo indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, que estão desaparecidos desde 5 de junho, na região do Vale do Javari, no oeste do estado.
Durante entrevista coletiva, Fontes afirmou que, em depoimento realizado na terça-feira (14/06), o pescador Amarildo da Costa Pereira, conhecido como “Pelado”, um dos suspeitos do crime, confessou a participação no desaparecimento e indicou o local onde os corpos foram enterrados.
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Diante da confissão, PF foi até o local do crime, onde foi realizada a reconstituição da cena do crime. Durante as escavações, as equipe encontraram “remanescentes humanos” em uma área de mata fechada.
A corporação informou que os remanescentes estão sendo coletados e serão enviados para perícia para identificação dos corpos. “Sendo comprovados que esses remanescentes são relacionados ao Dom Philips e ao Bruno Pereira, nós vamos restituir mais breve possível às famílias”, afirmou.
O indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, correspondente do jornal The Guardian no Brasil, desapareceram no dia 5 de junho, na região do Vale do Javari, no oeste do Amazonas.
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Até o momento, dois homens estão presos e são apontados pela Polícia Federal como os principais suspeitos do crime. Amarildo da Costa Pereira, conhecido como “Pelado” e o irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, mas, segundo a PF, ele não confessou envolvimento no caso. A participação no crime de uma terceira pessoa, citada por Amarildo, está sendo investigada e novas prisões não estão descartadas.
As investigações seguem em sigilo e a motivação do crime ainda não foi revelada. Segundo o chefe da PF no Amazonas, Amarildo afirmou que matou o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira com disparos de arma de fogo, mas somente a perícia poderá dar certeza sobre a causa da morte.
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Ainda segundo a PF, Amarildo fez a confissão na noite de terça, quando narrou em detalhes o crime. Durante o dia desta quarta, ele foi levado até o local onde enterrou os corpos. Ele também indicou onde afundou a embarcação que era usada por Bruno e Dom, mas a polícia só deve ir ao local nesta quinta-feira (16) para retirar a embarcação.
O restos mortais foram achados cerca de 3,1 km de distância de onde itens pessoais do indigenista e do jornalista, como o cartão de saúde e notebook, haviam sido encontrados dias atrás. “Não teríamos condições de chegar ao local de maneira rápida sem a confissão”, afirmou o superintendente.
De acordo com o delegado da Polícia Civil, Guilherme Torres, as equipes percorreram o rio por cerca de 1h40 e depois caminharam mais 25 minutos em uma área de mata de difícil acesso até onde os corpos tinham sido enterrados.
No local, foi feita uma reconstituição do crime, com autorização da Justiça.
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De acordo com a coordenação da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Bruno Pereira e Dom Phillips chegaram na sexta-feira (03/06) no Lago do Jaburu, nas proximidades do rio Ituí, para que o jornalista visitasse o local e fizesse entrevistas com indígenas.
Segundo a Unijava, no domingo (05/06), os dois deveriam retornar para a cidade de Atalaia do Norte, após parada na comunidade São Rafael, para que o indigenista fizesse uma reunião com uma pessoa da comunidade apelidado de Churrasco. No mesmo dia, uma equipe de busca da Unijava saiu de Atalaia do Norte em busca de Bruno e Dom, mas não os encontrou e eles foram dados como desaparecidos.
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