Kleyson Oliveira, de 14 anos, natural de Acopiara, no Centro-Sul cearense, tem muitos motivos para celebrar o novo passo que o Governo do Ceará deu na área da educação. O jovem, que ingressou no Ensino Médio em 2022, vai contar com uma escola em tempo integral, que dispõe de estrutura e conteúdos que oferecem mais oportunidades para o futuro dele.
“Sempre foi sonho e está se realizando agora. Eu gostei bastante das eletivas, que vão agregar ao meu futuro. Eu penso em ser bombeiro ou professor”, comemorou Kleysson, que estuda na Escola de Ensino Médio e Tempo Integral (EEMTI) Francisco Assis Vieira, localizada distrito de Umari.
Ao todo, 68 escolas estaduais em todo o Ceará passarão a funcionar em tempo integral, conforme anúncio do governador Camilo Santana, realizado na manhã desta sexta-feira (11/2), no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza. Também estiveram presentes a vice-governadora Izolda Cela; a secretária da Educação do Ceará, Eliana Estrela; o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão; os prefeitos, profissionais da educação e estudantes das cidades contempladas; além de deputados estaduais e federais.
O governador ressaltou que ampliação é parte de uma política continuada de educação que tem desenhado um novo futuro para as próximas gerações. “Nós tínhamos uma meta de chegar até o fim de 2022 com 50% das nossas escolas regulares do Ensino Médio em tempo integral. Alcançamos essa meta em 2021. Agora, estamos lançando 68 novas escolas, chegando a aproximadamente 60% das escolas do Ensino Médio em tempo integral. Nós consideramos que é uma estratégia fundamental. A educação é o caminho para as transformações no País e no Ceará”, enfatizou.
Na ocasião, Camilo Santana e Izolda Cela visitaram os estandes com apresentações de eletivas de unidades de Ensino Médio em Tempo Integral e cursos técnicos de Escolas de Educação Profissional que integram a rede pública cearense.
“Passeando pelos estandes, foi muito legal ver a potência e desenvoltura dos jovens apresentando as eletivas e os cursos. A gente olha para o lado e tem professores com os olhos brilhando e vibrando com o sucesso dos estudantes. O Ceará avança porque nós estamos construindo junto com vocês [profissionais da educação] essa base educacional”, disse Izolda Cela.
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Do total de novas escolas, 60 são Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTIs) e 8 são Escolas Estaduais de Educação Profissional (EEEPs). Agora, a rede pública contabiliza 392 escolas que ofertam a jornada prolongada, de sete a nove horas, garantindo até três refeições diárias, beneficiando mais de 130 mil estudantes cearenses.
Entre as escolas em tempo integral, estão incluídas 15 novas unidades de ensino que passarão a funcionar em 2022. Com isso, o número total de escolas da rede pública estadual saltará de 731 para 746 unidades de ensino. Em Fortaleza, no total são 60 escolas com esta modalidade de ensino.
“Nessa semana entregamos duas escolas em tempo integral. Muito além da estrutura e beleza do equipamento, pulsa o coração de trabalhadores da educação que revolucionam o Brasil. Das 100 melhores escolas públicas brasileiras avaliadas no quinto ano do ensino fundamental, 82 são do Ceará. Uma meta que só é atingida pela qualidade dos trabalhadores da educação que nós temos no Ceará e em Fortaleza”, destacou o prefeito de Fortaleza, José Sarto, representando os gestores municipais presentes.
No Ceará, as escolas profissionalizante ofertam o Ensino Médio integrado a cursos técnicos. Já as EEMTIs possuem currículo composto de formação geral básica e itinerários formativos, que compreendem disciplinas eletivas e projeto de vida. Com as novas oito unidades, o Ceará soma 131 escolas de ensino profissional, beneficiando mais de 58 mil estudantes em 111 municípios.
“O tempo integral é muito importante para nós, pois oportuniza à juventude estar junto, aprendendo e construindo conhecimento”, ressaltou a titular da Seduc, Eliana Estrela.
Uma novidade para os alunos das EEEPs é a oferta de novos cursos técnicos, como Sistemas de Energias Renováveis; Desenvolvimento de Sistemas; e Computação Gráfica.
“Há uma década, só quem tinha direito de ir para esses cursos era aluno de escola particular. Hoje não, aluno de escola pública vai para o curso de Medicina na Universidade Federal do Ceará, ou Engenharia e Direito. Essa é a grande transformação e reduz as desigualdades, dando oportunidades a todos”, destacou Camilo Santana.
Sobre os componentes curriculares eletivos que desenvolvem neles competências cognitivas e o protagonismo estudantil, um bom exemplo é a eletiva Jovem Empreendedor. A disciplina estimula a criação de soluções e o fortalecimento do convívio social por meio do conhecimento, criatividade e sustentabilidade.
Foi assim para Widney Pontes, de 19 anos, que cursa a 3ª série do Ensino Médio na EEMTI João Nogueira Jucá, em Fortaleza. Por meio da disciplina, ele e colegas de turma desenvolvem o projeto Isoarte, com atividades focadas na reutilização de resíduos sólidos junto aos estudantes da 1ª e 2ª séries.
“Essa eletiva mostra para gente um mundo novo, com coisas que podemos aprender e compartilhar. Nosso projeto valoriza a natureza, para as pessoas terem cuidado com o meio ambiente. Em relação àqueles produtos que podem prejudicar o meio ambiente, estamos tentando reutilizar para que eles tenham uma nova função”, disse Widney, que deseja ser perito forense.
O tempo integral é uma estratégia que faz parte do Ceará Educa Mais, programa desenvolvido por meio da Seduc, que é constituído de 25 ações destinadas à contínua melhoria da qualidade da educação cearense.
A maioria das EEMTIs está localizada entre os municípios com maiores índices populacionais. As escolas foram distribuídas em áreas consideradas mais vulneráveis.
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