

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos | Foto: reprodução
02 de agosto de 2025 – As políticas comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estão provocando uma transformação silenciosa, mas profunda, na economia global. Desde abril, quando anunciou novas tarifas de importação abrangentes — e recuou parcialmente diante de um pânico financeiro inicial —, Trump tem multiplicado acordos e decretos comerciais, buscando consolidar os Estados Unidos como centro de uma nova ordem econômica.
Agora, quatro meses depois, o presidente norte-americano afirma ter garantido vitórias estratégicas, com promessas de revitalizar a indústria nacional, atrair centenas de bilhões em investimentos estrangeiros e aumentar a arrecadação federal por meio de tarifas.
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Na prática, Trump celebrou uma dúzia de acordos comerciais, muitos deles simples e verbais, com países como Reino Unido, Coreia do Sul, Japão e União Europeia. As tarifas variam entre 10% e 25%, dependendo do déficit comercial entre os países e os EUA. Na ausência de acordos, as tarifas são impostas unilateralmente.
Países que não se comprometeram a comprar produtos americanos enfrentam penalidades maiores. Alemanha e Japão, por exemplo, foram taxados com tarifas de até 15%, enquanto Índia e Camboja sofreram sanções mais brandas, apesar da tensão diplomática.
Embora a reação dos mercados tenha sido menos intensa do que o esperado, economistas alertam que os efeitos reais dessas medidas podem surgir com atraso. Segundo Ben May, da Oxford Economics, as tarifas elevam os preços nos EUA, reduzem o poder de compra das famílias e podem prejudicar a demanda global.
Nos EUA, as tarifas subiram de uma média de 2% para 17% em poucos meses. A arrecadação federal com importações já passa dos US$ 100 bilhões em 2025 e pode chegar a US$ 300 bilhões até o fim do ano. Ainda assim, o impacto sobre os consumidores e a inflação preocupa o governo, que estuda medidas compensatórias como cheques de reembolso para famílias de baixa renda.
As políticas de Trump levaram muitos países a reavaliar suas alianças econômicas. O Reino Unido reaproxima-se da União Europeia, enquanto Índia e Vietnã disputam espaços deixados pela China na exportação de produtos como smartphones.
A estratégia de “90 acordos em 90 dias” ficou aquém das promessas. A maioria dos pactos firmados carece de detalhes técnicos, cláusulas e garantias. Em muitos casos, líderes estrangeiros negam os termos divulgados pela Casa Branca.
Internamente, Trump pode enfrentar reação política se os aumentos de preços começarem a pesar sobre os consumidores. O corte de juros, desejado pela Casa Branca, pode ser adiado. Além disso, o presidente busca proteger a base eleitoral da classe trabalhadora — justamente a mais afetada pelas medidas.
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