

Com a ausência de informações sobre emprego, inflação e produção, o Federal Reserve (Fed) passa a operar com incertezas em suas decisões sobre política monetária | Ilustração feita por IA
05 de outubro de 2025 – O shutdown do governo dos Estados Unidos provocou um verdadeiro apagão de dados econômicos, deixando investidores e analistas financeiros sem acesso a informações fundamentais para a tomada de decisões no mercado. Desde 1º de outubro, apenas serviços considerados essenciais estão funcionando, e relatórios cruciais como o payroll — principal indicador de emprego do país — deixaram de ser divulgados.
O Departamento do Trabalho (DoL) suspendeu a publicação do payroll de setembro, que deveria ter sido divulgado na última sexta-feira (3). Em comunicado, o órgão afirmou:
“Este site não está sendo atualizado devido à suspensão dos serviços do governo federal. As atualizações serão retomadas quando o governo retomar as operações.”
A interrupção atinge também outros departamentos responsáveis por dados vitais, como o Escritório de Análise Econômica (BEA) e o Escritório do Censo, que informaram que não responderão a solicitações até que as verbas sejam aprovadas.
Com a ausência de informações sobre emprego, inflação e produção, o Federal Reserve (Fed) passa a operar com incertezas em suas decisões sobre política monetária. “Sem dados oficiais de emprego, tomaremos decisão com as informações que temos atualmente”, afirmou Austan Goolsbee, presidente do Fed de Chicago, destacando que o banco central está “operando às cegas”.
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Além dos prejuízos no mercado financeiro, o shutdown já afeta diversos serviços públicos. Entre as consequências estão aprovações de hipotecas mais lentas, empréstimos rurais paralisados e congelamento de novas apólices do seguro nacional contra enchentes, segundo Daniel Schwarcz, professor da Universidade de Minnesota.
O Escritório de Orçamento do Congresso (CBO) alertou que a paralisação pode levar à dispensa temporária de 750 mil servidores por dia, gerando impacto diário estimado em US$ 400 milhões sobre a folha de pagamentos.
A última paralisação federal, durante o governo Donald Trump, durou 35 dias e custou US$ 3 bilhões ao crescimento econômico dos EUA. Agora, a Casa Branca estima perdas de US$ 15 bilhões por semana enquanto o impasse persistir.
O problema tem origem na falta de consenso entre democratas e republicanos sobre a aprovação do orçamento. Enquanto isso, Wall Street segue operando normalmente, mas os investidores estão vulneráveis a surpresas devido à ausência de dados oficiais.
Tirando os serviços considerados emergenciais, diversas agências federais continuam paradas à espera de recursos e aprovação legislativa.
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