Aeronaves Boeing 737 MAX em fábrica da Boeing em Washington em imagem de 2019 | Foto: Lindsey Wasson/Arquivo/Reuters
O governo da China determinou a suspensão das entregas de aviões da Boeing para companhias aéreas chinesas, como retaliação às tarifas de 145% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos importados do país asiático. A informação foi divulgada pela Bloomberg News nesta terça-feira (15).
Além de interromper as entregas, Pequim orientou que as transportadoras suspendam as compras de peças e equipamentos de empresas americanas, o que pode gerar aumento nos custos de manutenção da frota atual que opera com jatos da Boeing.
A medida atinge diretamente as três maiores companhias aéreas da China — Air China, China Eastern Airlines e China Southern Airlines — que juntas tinham previsão de receber 179 aviões da Boeing até 2027.
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A resposta da China representa mais um revés para a Boeing, que já enfrenta desafios como greves trabalhistas e a explosão de uma porta de avião em pleno voo em janeiro, evento que afetou a confiança do mercado e causou queda de mais de 30% no valor de mercado da empresa.
Nesta terça, as ações da Boeing caíram 2% logo após a divulgação da notícia. A fabricante americana depende fortemente do mercado chinês, onde a rival Airbus lidera em participação e a fabricante doméstica COMAC ganha força como alternativa.
A decisão faz parte de um contexto mais amplo da escalada da guerra comercial entre EUA e China. Na semana passada, o governo chinês já havia elevado as tarifas sobre produtos americanos para 125%, tornando as negociações comerciais entre os países ainda mais tensas.
Especialistas alertam que o confronto tarifário entre as duas maiores economias do mundo pode afetar o comércio bilateral, estimado em mais de US$ 650 bilhões em 2024, com efeitos globais sobre cadeias de suprimentos e a indústria da aviação.
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