

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o tarifaço atinge 35,9% das exportações brasileiras aos EUA | Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
06 de setembro de 2025 – O tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras completa um mês neste sábado (6). A sobretaxa de 50% definida pelo governo Donald Trump trouxe impactos imediatos ao comércio exterior, gerando queda nas exportações para o mercado americano e mobilizando o governo brasileiro em medidas de apoio e defesa da soberania nacional.
Em julho, Donald Trump anunciou a taxação extra sobre produtos brasileiros, alegando déficit comercial dos EUA e citando perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O Brasil, no entanto, rebateu os argumentos e destacou que, nos últimos 15 anos, acumula déficit de quase US$ 410 bilhões na balança com os Estados Unidos.
A medida entrou em vigor no dia 6 de agosto, com exceção de cerca de 700 produtos, incluindo aviões da Embraer, suco de laranja, fertilizantes e combustíveis.
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De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o tarifaço atinge 35,9% das exportações brasileiras aos EUA. O impacto já é sentido: em agosto, as vendas para o mercado americano caíram 18,5% em relação ao mesmo mês de 2024.
O estado do Ceará, que destina mais de 44% das suas exportações aos EUA, decretou situação de emergência. Setores como fruticultura, siderurgia, calçados e pescados estão entre os mais afetados.
Para reduzir os efeitos negativos, o governo federal lançou o Plano Brasil Soberano, com R$ 30 bilhões em linhas de crédito e incentivos fiscais para empresas exportadoras. O BNDES também entrou no pacote com R$ 10 bilhões adicionais em recursos para financiamento.
Segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin, o objetivo é “garantir liquidez e apoiar empresas que dependem das exportações, preservando empregos e a competitividade da indústria brasileira”.
Mesmo com o clima de tensão, o Brasil busca manter as negociações abertas com os EUA, enquanto acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as medidas americanas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou que o Brasil não aceitará “desaforo nem ofensas”, destacando que o país seguirá defendendo sua soberania sem abrir mão do diálogo diplomático.
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Tags: tarifaço EUA, Donald Trump, exportações brasileiras, Lula, Geraldo Alckmin, Plano Brasil Soberano, BNDES, comércio exterior, OMC, economia brasileira, soberania nacional