Tarifaço de Trump derruba petróleo e valor de mercado da Petrobras | Foto: Reuters
O preço internacional do petróleo entrou em forte queda após o anúncio do tarifaço imposto por Donald Trump, afetando diretamente o valor de mercado da Petrobras. O petróleo bruto, considerado a commodity mais negociada do mundo, teve comportamento instável desde o início do ano, com queda acumulada superior a 15% apenas em abril.
No início de 2025, o barril do tipo Brent era negociado acima dos US$ 80, mas despencou para menos de US$ 60 após o aumento de tarifas dos EUA sobre produtos chineses. Nesta quinta-feira (10), o barril fechou cotado um pouco acima de US$ 63.
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Com a retração na cotação internacional, a Petrobras perdeu mais de US$ 88 bilhões em valor de mercado, a maior desvalorização desde agosto de 2023. A queda reflete o temor global de uma possível recessão, especialmente com impacto direto em países exportadores de commodities, como o Brasil.
Segundo Alfredo Renault, diretor da COPPE/UFRJ, o cenário é agravado por uma redução na demanda global e por um aumento na produção aprovado pela OPEP, o que pressiona ainda mais os preços para baixo.
Apesar da expectativa do consumidor, a queda do petróleo não deve ser repassada imediatamente às bombas de gasolina no Brasil, já que a Petrobras adota políticas de precificação com base em variações de câmbio e estratégias de longo prazo.
Além dos reflexos na Petrobras, a queda no preço do petróleo compromete receitas públicas, como os royalties e participações especiais repassados aos estados produtores, especialmente o Rio de Janeiro.
De acordo com João Victor Marques, pesquisador da FGV Energia, a desvalorização impacta diretamente a balança comercial brasileira e pode gerar efeitos em cadeia nas contas da União e dos estados federativos.
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