Inflação dos alimentos atinge 1,09% e impacta qualidade da alimentação em abril de 2025 | Foto: reprodução
O boletim da inflação dos alimentos divulgado neste mês revela que o grupo Alimentação e Bebidas voltou a liderar as pressões inflacionárias em abril de 2025. A alta foi de 1,09%, superando os 0,61% registrados em fevereiro, mesmo com o IPCA geral desacelerando para 0,56%.
Dentro da categoria, os alimentos in natura apresentaram aumento de 1,45%, enquanto os produtos ultraprocessados e não saudáveis subiram 1,07%. Essa diferença de variação reflete o impacto da cadeia produtiva: os industrializados, por serem mais duráveis e de matéria-prima mais barata, sofrem menos com a oscilação de preços.
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Itens básicos como ovos, tomates e café puxaram a alta. Com o preço sendo o principal critério de decisão na hora da compra, muitas famílias acabam trocando alimentos frescos por opções mais baratas e menos saudáveis — o que é ainda mais comum entre as faixas de renda mais baixas.
Ricardo Mota, gerente de inteligência estratégica, comentou ao Diário do Nordeste:
“Essa oscilação de preços dos alimentos saudáveis faz com que o consumidor passe a vê-los de forma negativa. Isso estimula a escolha de alimentos ultraprocessados, cujo preço é mais estável no tempo.”
O impacto da alta dos alimentos vai além do bolso: afeta diretamente a segurança alimentar da população. Famílias com renda de até R$ 2 mil destinam até 61,2% do orçamento apenas para alimentação, o que limita a variedade e quantidade de alimentos consumidos.
Muitas vezes, é necessário diminuir o tamanho das refeições, escolher alimentos menos nutritivos ou priorizar crianças e idosos nas refeições. Em casos mais graves, famílias inteiras enfrentam dias sem comida, situação que caracteriza a fome.
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