Alimentos têm maior impacto e encarecem cesta básica dos brasileiros | Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
A inflação oficial de março, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 0,56%, conforme divulgado nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora o índice tenha desacelerado em relação a fevereiro (1,31%), a alta foi puxada principalmente pelo aumento nos preços dos alimentos, que registraram a maior variação desde dezembro de 2024.
Com o resultado de março, o IPCA acumula alta de 5,48% nos últimos 12 meses, superando o teto da meta do governo federal, que é de 4,5%. Este é o maior índice desde fevereiro de 2023.
Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram variação positiva, com destaque para:
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O grupo alimentos e bebidas respondeu por 45% da inflação do mês. A maior alta foi registrada no tomate (22,55%), seguido pelo café moído (8,14%) e ovo de galinha (13,13%). Juntos, esses produtos representaram um quarto da inflação de março.
Segundo o gerente da pesquisa do IBGE, Fernando Gonçalves, o calor no verão acelerou a maturação do tomate e antecipou a colheita, reduzindo a oferta no mês seguinte. Já o aumento do preço dos ovos foi impulsionado pela alta do milho e pela maior demanda durante a Quaresma.
O café moído acumula alta de 77,78% em 12 meses, afetado pela quebra de safra no Vietnã e por condições climáticas adversas no Brasil, o que impactou a oferta global do grão.
A inflação de serviços subiu 0,62% em março, puxada pela baixa taxa de desemprego e pelo aumento da massa salarial. Já os preços monitorados, como combustíveis e tarifas públicas, desaceleraram de 3,16% para 0,18%.
A inflação de serviços é um dos fatores mais observados pelo Comitê de Política Monetária (Copom), responsável pela definição da taxa Selic, atualmente em 14,25% ao ano, uma das ferramentas para controlar a inflação no país.
O índice IPCA mede o custo de vida de famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos, sendo calculado com base em pesquisas de preços em dez regiões metropolitanas e sete capitais brasileiras.
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