

Fávaro celebrou que o país atingiu 400 novos mercados para produtos agropecuários, um recorde histórico | Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
14 de agosto de 2025 — O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reforçou nesta quinta-feira (14), em São Paulo, que o Brasil continuará negociando com os Estados Unidos para reduzir o tarifaço de 50% imposto pelo presidente norte-americano Donald Trump sobre exportações brasileiras. Apesar da busca por diálogo, Fávaro foi categórico: o país não abrirá mão de sua soberania e não negociará qualquer intervenção no Poder Judiciário.
“Em hipótese alguma vamos abrir mão da nossa soberania. E, por óbvio, não vamos negociar aquilo que não é atribuição do Poder Executivo, como intervenção no Judiciário”, afirmou Fávaro, destacando a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para manter o diálogo, mas sem comprometer princípios constitucionais.
O tarifaço faz parte de uma série de ações dos EUA para pressionar o governo brasileiro em meio ao julgamento de Jair Bolsonaro e aliados pela tentativa de golpe de Estado de 2022, que resultou nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Trump também abriu investigação comercial contra o Brasil e aplicou sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, relator do processo.
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Na quarta-feira (13), o governo federal anunciou o MP Brasil Soberano, que prevê R$ 30 bilhões em crédito para apoiar setores afetados pelas tarifas. Segundo Fávaro, esta é apenas a primeira etapa de medidas que serão adotadas para conter os prejuízos ao agronegócio brasileiro e às exportações.
Ele destacou que setores altamente dependentes do mercado norte-americano, como aqueles que destinam mais de 80% de sua produção aos EUA, receberão tratamento diferenciado. Também mencionou que produtos como suco de laranja já tiveram tarifas retiradas, mas outros segmentos precisarão de ajustes.
O governo pretende, ainda, implementar compras públicas para absorver parte da produção prejudicada, incluindo mais manga e pescados na merenda escolar e no abastecimento das Forças Armadas.
Fávaro celebrou que o país atingiu 400 novos mercados para produtos agropecuários, um recorde histórico. “A determinação do presidente Lula é intensificar ainda mais a abertura de mercados para aumentar as exportações brasileiras”, disse o ministro.
Durante o Leilão da Rota do Agro (BRs 060/364/GO/MT), realizado na B3 em São Paulo, o Consórcio Rota Agro Brasil venceu com um deságio de 19,70% no pedágio. O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que este foi o leilão de rodovias mais disputado dos últimos anos e destacou que investimentos privados em infraestrutura superaram os públicos pela primeira vez.
Renan Filho ressaltou que melhorar a infraestrutura rodoviária é essencial para aumentar a competitividade internacional do Brasil e enfrentar a “guerra tarifária” imposta pelos Estados Unidos.
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