

Jeffrey Epstein, preso por crimes sexuais, em fotografia tirada pela Divisão criminal de justiça de Nova York | Foto: New York State Division of Criminal Justice Services/Handout/File Photo via REUTERS
19 de novembro de 2025 — O Congresso dos Estados Unidos aprovou, nesta terça-feira (18), o projeto de lei que determina a divulgação de todos os arquivos de investigação envolvendo o bilionário Jeffrey Epstein. O texto agora segue para a sanção do presidente Donald Trump, que deverá autorizar a publicação dos documentos em até 30 dias.
Epstein foi acusado de abusar de mais de 250 meninas menores de idade e de chefiar uma rede de exploração sexual nos anos 2000. O caso ganhou novo destaque nos últimos meses, após divergências públicas de Trump sobre a liberação dos arquivos e a revelação de e-mails que apontam possível conhecimento do presidente sobre a conduta do bilionário.
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Pelo texto aprovado quase por unanimidade pela Câmara e pelo Senado, todos os documentos referentes à investigação — incluindo arquivos sobre a morte de Epstein na prisão, em 2019 — deverão ser divulgados. O Departamento de Justiça poderá ocultar apenas dados pessoais das vítimas ou informações de investigações ainda em andamento, ficando proibido de realizar cortes por motivos de “constrangimento, dano à reputação ou sensibilidade política”.
A expectativa é que Trump sancione a proposta assim que ela chegar à Casa Branca, o que pode ocorrer ainda nesta quinta-feira (19).
Durante a campanha de 2024, Trump prometeu tornar públicos todos os arquivos do caso Epstein caso voltasse à Casa Branca. Em fevereiro deste ano, parte dos documentos foi divulgada, mas o Departamento de Justiça afirmou não ter encontrado provas da suposta lista de clientes do bilionário — frustração para apoiadores e combustível para teorias da conspiração que cercam o caso.
Nos últimos meses, o presidente minimizou a importância do tema, chamando os críticos de “idiotas” e classificando o esforço pela divulgação como uma “farsa” da oposição. Mesmo assim, o projeto alcançou o número mínimo de assinaturas na Câmara em 12 de novembro, incluindo apoio de republicanos.
Três dias depois, Trump recuou e passou a defender a aprovação da lei, afirmando que os republicanos “não tinham nada a esconder”.
Em 12 de novembro, o Congresso divulgou mais de 20 mil páginas de documentos relacionados ao caso. Entre eles, estão e-mails que Epstein trocou com parentes e conhecidos, incluindo mensagens que mencionam diretamente Donald Trump.
Em uma delas, de janeiro de 2019, Epstein escreveu que Trump “sabia sobre as garotas”, citando o nome de uma vítima (censurado nos documentos) e mencionando Mar-a-Lago, resort do presidente na Flórida. Em outra mensagem, de 2011, o bilionário afirmou à confidente Ghislaine Maxwell que uma vítima “passou horas em sua casa com ele… e ele nunca foi mencionado uma única vez”.
As publicações aumentaram a pressão política sobre Trump. Para deputados democratas, os e-mails levantam novas dúvidas sobre a relação do presidente com Epstein. Já o The New York Times noticiou que Trump poderia ter mais conhecimento da conduta do bilionário do que admite.
A Casa Branca nega as acusações. A porta-voz Karoline Leavitt afirmou que os documentos divulgados “não mostram qualquer irregularidade” por parte do presidente.
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