

Entre os 91 fuzis apreendidos durante a megaoperação no Rio de Janeiro, pelos menos quatro vieram de forças militares de outros países da América Latina | Foto: reprodução
02 de novembro de 2025 – A megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro expôs o poderio bélico do Comando Vermelho (CV). Ao todo, 93 fuzis, 26 pistolas e um revólver foram apreendidos nos Complexos do Alemão e da Penha, regiões consideradas estratégicas para o tráfico de armas e drogas. Parte desse arsenal é de uso exclusivo das forças armadas do Brasil e de países vizinhos, como Argentina e Venezuela.
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Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, foram apreendidos sete modelos diferentes de fuzis:
Especialistas também identificaram a presença das chamadas “armas fantasmas” (ghost guns) — fuzis montados com peças genéricas e sem número de série, o que dificulta o rastreamento e indica produção dentro do território nacional.
“Essas armas são montadas no Brasil com componentes vendidos pela internet. É um fenômeno que vem crescendo e representa um novo desafio para as forças de segurança”, explica o policial federal Roberto Uchôa, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
A Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos (CFAE) estima que as armas apreendidas valem R$ 9,3 milhões, podendo chegar a R$ 12,8 milhões ao somar munições, miras e carregadores.
De acordo com o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, os complexos da Penha e do Alemão funcionavam como centros de distribuição de armas e drogas. “Cerca de 10 toneladas de entorpecentes chegam por mês a essas comunidades, que também movimentam 50 a 70 fuzis mensais destinados a outros pontos do Rio”, afirmou.
O delegado Vinícius Domingos, chefe da CFAE, informou que entre as armas estão fuzis das forças armadas do Brasil, Venezuela, Argentina e Peru. Cerca de 90% das armas da plataforma AR apreendidas são falsificadas, mas com capacidade de tiro.
Após perícia, as armas aptas poderão ser reaproveitadas pelas forças policiais; as demais serão destruídas em até três anos. “Vamos fazer uma análise completa e incluir o material em um banco de dados do governo do estado”, disse Domingos.
Apesar da apreensão recorde, Uchôa alerta que o impacto será temporário se não houver investigação sobre a rota das armas. “Sem identificar as origens e os responsáveis pela entrada desses armamentos, o estoque do crime organizado será rapidamente reposto”, explica o especialista.
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