

Cientista defende urgência em conter emissões e comunicar ciência à sociedade | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
12 de novembro de 2025 — Um dos temas centrais da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) é o compromisso global para frear o aquecimento do planeta. O Acordo de Paris determina que o aumento da temperatura média global não ultrapasse 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais. No entanto, segundo a cientista Marina Hirata, membro do conselho científico da presidência da COP30, esse limite está cada vez mais distante de ser respeitado.
Marina Hirata, também ligada ao Instituto Serrapilheira e curadora do Pavilhão de Ciências Planetárias da COP30, explica que o planeta já passou de uma média de 15°C para 16,3°C — um aumento de 1,31°C. Caso o aquecimento ultrapasse 1,5°C, a Terra entra em um período de “overshooting”, quando o calor excede temporariamente o limite seguro, provocando danos possivelmente irreversíveis.
“Já deveríamos ter virado a curva das emissões entre 2020 e 2025. Isso não aconteceu. Agora, o esforço é manter esse aumento pelo menor tempo possível”, afirmou. A cientista compara o equilíbrio climático ao funcionamento do corpo humano: “Se os corais desaparecem, o oceano aquece, e a Amazônia enfrenta secas extremas — todo o sistema terrestre enfraquece”.
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Hirata defende que a comunicação entre ciência e sociedade é fundamental para que as pessoas compreendam a gravidade da crise climática. “Os cientistas têm linguagem muito técnica. Precisamos aprender a nos comunicar melhor e trabalhar em pares, como jornalistas e cientistas”, afirmou.
Ela relatou que muitas pessoas têm preocupações mais imediatas e não se conectam ao tema da emergência climática. “Um motoboy me disse que não dá para pensar no fim do mundo quando precisa pensar no fim do mês. Precisamos aproximar o tema da realidade das pessoas”, explicou.
A cientista também reforça que ações coletivas e escolhas cotidianas podem ter impacto relevante na mitigação do aquecimento global. “O ser humano funciona em efeito manada. Precisamos agir no cotidiano, ser exemplo e inspirar outros. Iniciativas que unem cientistas e comunicadores são poderosas e devem ser amplificadas”, concluiu.
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