Animação cearense,Um Natal no Sertão, une tecnologia e raízes culturais | Foto: Augusto César
18 de maio de 2025 – A produtora Narrativa Entretenimento, sediada no município de Meruoca, interior do Ceará, está à frente de um ambicioso projeto audiovisual: o longa-metragem de animação em 2D Um Natal no Sertão. Com início em agosto de 2024 e estreia prevista para 2026, a obra busca unir a tecnologia digital a uma narrativa que enaltece a natureza, os costumes e a cultura popular nordestina.
A produção envolve cerca de 40 profissionais, distribuídos entre Meruoca, Fortaleza e Barbalha, com destaque para talentos do interior do estado. “O projeto é uma animação no estilo cut-out, onde os personagens são construídos digitalmente e manipulados como fantoches virtuais. É uma técnica moderna, bem diferente da animação clássica feita à mão”, explica o diretor Augusto César.
>>>SIGA O YOUTUBE DO PORTAL TERRA DA LUZ <<<
A história gira em torno de Cidinha, uma menina que enfrenta medos e desafios para realizar um desejo simples e afetivo: passar o Natal ao lado da avó. O cenário escolhido é a caatinga no período chuvoso – uma representação visual rara no cinema, com vegetação exuberante e paisagens renovadas.
Durante sua jornada, Cidinha tem a companhia do jumentinho Lulu e de dois saguis travessos, Lucy e Rone. Brinquedos típicos como o pião, além de referências a elementos culturais da região, permeiam a trama, conferindo autenticidade e identidade local à narrativa.
Segundo Augusto César, a ideia surgiu da ausência de filmes natalinos com ambientação e identidade brasileira nas plataformas de streaming. “Queríamos uma história que refletisse a realidade do povo nordestino, e que contribuísse para fortalecer essa representação no audiovisual”, afirma.
A produtora já desenvolveu obras voltadas à valorização da cultura popular, como um longa sobre as Mestras da Cultura do Ceará. Para Felipe Brandão, gerente de produção, o audiovisual é uma ponte entre o passado e o futuro. “Reisados, parteiras, dramistas e rezadeiras são temas que merecem ser eternizados em nossos filmes”, diz.
Com financiamento da Secretaria de Cultura do Ceará, via Lei Paulo Gustavo, o filme é exemplo de como políticas públicas podem descentralizar a produção audiovisual no Brasil. “Projetos como esse mostram que é possível transformar histórias locais em experiências universais”, conclui Augusto.
Leia também | Camila Pudim é a nova Head Criativa e embaixadora da Colorama em celebração aos 75 anos da marca